Um suposto áudio do prefeito de Nerópolis, Gil Tavares, exigindo que servidores participem de atos de campanha com punição aos que faltarem viralizou em grupos de WhatsApp. Questionada pelo Jornal Opção, a assessoria do prefeito afirma que o áudio se trata de uso de “inteligência artificial grosseira”.

No áudio, que deve ser periciado, uma voz similar ao do prefeito pede para “avisar que o funcionário ou a funcionária da prefeitura que não for adesivar o carro, segunda-feira vai ter que justificar o motivo”.

Segundo a assessoria de Gil, o prefeito já solicitou que seu advogado entre com uma representação judicial para descobrir os responsáveis e processá-los. De acordo com interlocutores do prefeito, o áudio teria sido feito pelo “grupo de oposição que já está desesperado porque sabem que vão perder a eleição”.

“A divisão silábica do áudio deixa muito claro o uso de inteligência artificial grosseira. O áudio nem repercutiu tanto assim porque quem conhece o Gil logo de cara já vê que não é um áudio verdadeiro”, explicou um interlocutor.

Proibição do uso de inteligência artificial

Em fevereiro, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) regulamentou o uso da inteligência artificial (IA) na propaganda de partidos, coligações, federações partidárias, candidatas e candidatos nas Eleições Municipais de 2024.

Entre as restrições estão a proibição das deepfakes; obrigação de aviso sobre o uso de IA na propaganda eleitoral; restrição do emprego de robôs para intermediar contato com o eleitor (a campanha não pode simular diálogo com candidato ou qualquer outra pessoa); e responsabilização das big techs que não retirarem do ar, imediatamente, conteúdos com desinformação, discurso de ódio, ideologia nazista e fascista, além dos antidemocráticos, racistas e homofóbicos.

Artigos acrescentados no texto buscam coibir a desinformação e a propagação de notícias falsas durante as eleições.

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