Superintendente aponta medidas a serem tomadas para sanar problemas do sistema prisional

19 junho 2014 às 21h58

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A reunião na secretaria ocorreu quatro dias após a veiculação de matéria na Rede Globo sobre presos obtendo privilégios no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia. Medidas ainda são pouco concretas

Em meio à crise do sistema prisional goiano, o superintendente-executivo da Secretaria da Segurança Pública (SSP-GO), coronel Edson Costa de Araújo, se reuniu nesta quinta-feira (19/6) com diretores da Secretaria de Administração Penitenciária e Justiça (Sapejus) para discutir medidas relacionadas à organização do sistema prisional. Mesmo sem nada concreto à frente (nem mesmo o prometido bloqueador de ligações de telefones celulares), o superintendente disse que o grupo estabeleceu metas que começaram a ser cumpridas nesta quinta-feira (19).
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A reunião ocorreu três dias depois de Edemundo Dias, então secretário de Administração Penitenciária e de Justiça de Goiás (Sapejus), e do superintendente-executivo da pasta Antônio Carlos de Lima, serem exonerados. As demissões, por sua vez, ocorreram após uma reportagem do programa “Fantástico”, da Rede Globo, mostrando presos goianos tendo acesso a regalias dentro da Penitenciária Odenir Guimarães (POG), em Aparecida de Goiânia, ter sido veiculada. Na mesma segunda-feira (16) o governador Marconi Perillo (PSDB) decretou estado de emergência em relação ao sistema prisional goiano. De acordo com o tucano, os fatos ocorreram concomitantemente, mas o decreto não foi motivado pela matéria.
O superintendente Edson Costa, nomeado pelo governador, explicou que esta é a primeira reunião desde que assumiu o cargo na secretaria. “Estamos com todos os responsáveis pela área critica do sistema, e esta é uma reunião de trabalho onde estamos definindo metas que o secretario priorizou, acenadas pelo próprio governador.” O coronel informou que estas medidas visam colocar em conformidade o sistema prisional no Estado. “É uma área crítica em todo o país”, disse. Edson sustenta que todas as desconformidades que existirem devem ser sanadas imediatamente. “Estamos deliberando sobre os pontos críticos, como controle de entrada, comunicação com o mundo exterior e convívio interno.”
Sobre questões relacionadas a entrada de droga e de celulares, o superintendente disse que imediatamente passariam a fazer inspeções mais rigorosas e mais vezes ao dia. Questionado sobre os bloqueadores de ligação que ficam no complexo de Aparecida de Goiânia, Edson Costa informou que todos estão ligados, mas não funcionam da forma apropriada. “Vamos ver se conseguimos comprar, ou pelo menos pegar emprestado esses bloqueadores”, disse.
Ainda sem equipamento, todas as inspeções serão feitas manualmente. “Nem sempre teve equipamento eletrônico, e nós sempre cuidamos de tudo”, disse Edson Costa. Com o decreto do governador, o coronel afirmou que estão trabalhando na contratação de mais servidores e compra de materiais. “O sistema prisional precisa de efetivo suficiente para ter tudo sob controle.”