Suspeita é de que eles tenham financiado a campanha da petista em 2010 com pelo menos R$ 1 milhão proveniente de esquema da Petrobras

Paulo teria articulado a obtenção de verbas para beneficiar campanha da esposa | Foto: Moreira Mariz/Agência Senado (Gleisi) e Marcelo Camargo/Agência Brasil (Paulo Bernardo)
Acolhendo denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), a segunda turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu tornar a senadora Gleisi Hoffmann (PT) e ex-ministro do Planejamento e de Comunicações, Paulo Bernardo, réus na corte. Eles são acusados de corrupção e lavagem de dinheiro.
Os dois teriam utilizado R$ 1 milhão do esquema de corrupção da Petrobras para financiar a campanha de Gleisi ao Senado Federal em 2010.
Gleisi e Paulo Bernardo foram implicados no esquema em três delações premiadas: A do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa; a do doleiro Alberto Youssef; e a do advogado Antonio Carlos Pieruccin, que afirmou que fez quatro viagens até Curitiba (PR) para entregar o dinheiro ao empresário Ernesto Kugler Rodrigues, também denunciado, em esquema articulado pelo marido de Gleisi.
Paulo Bernardo chegou a ser preso em maio, pela Operação Lava Jato, na Operação Custo Brasil, que investigou esquema de propinas em contratos do Ministério do Planejamento. Ele teria recebido cerca de R$ 7 milhões com as irregularidades.
Todos os cinco ministros da segunda turma votaram pelo acolhimento da denúncia: Ricardo Lewandowski, Teori Zavascki, Dias Toffoli, Gilmar Mendes e Celso de Mello. Eles seguiram o relatório de Zavascki, para quem a denúncia procede, já que não houve contradição nos depoimentos dos delatores.
Defesa
À Agência Brasil,o advogado de Gleisi, Rodrigo Mudrovitsch, afirmou que a acusação foi baseada em supostas iniciais de Paulo Bernardo na agenda de Roberto Costa e já foram desmentidas.
Já a advogada de Paulo Bernardo, Verônica Stermann, disse que ele não tinha responsabilidade sobre os diretores da Petrobras. Ainda segundo ela, Youssef e Costa disseram que não receberam pedidos de repasse de propina dele.
No caso de Ernesto Kugler Rodrigues, a defesa negou que ele tenha participado dos crimes de lavagem de dinheiro e de corrupção.
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