STF autoriza quebra de sigilos de Fernando Collor

19 maio 2015 às 09h20

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Pedido se baseia em depoimento do doleiro Alberto Yousseff dentro do inquérito da operação. Segundo ele, o senador teria recebido vários depósitos em dinheiro

O senador Fernando Collor (PTB-AL) teve a quebra de sigilo bancário e fiscal autorizada pelo ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF). A medida se aplica de 1º de janeiro de 2011 a º de abril de 2014. O pedido partiu da Procuradoria Geral da República (PGR) dentro de inquérito da Operação Lava Jato, que apura se o parlamentar cometeu o crime de lavagem de dinheiro.
A decisão, da última quinta-feira (15/5), está em segredo de justiça e pretende investigar ainda se ele recebeu cerca de R$ 3 milhões em propina em negócio da BR Distribuidora, empresa subsidiária da Petrobras.
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O pedido se baseou a partir de depoimento do doleiro Alberto Youssef. Ele disse que vários depósitos foram direcionados a Collor a pedido de Pedro Paulo Bergamaschi de Leoni Ramos, o PP, ministro na época em que o senador era presidente da República.
PP também teve a quebra de sigilo decretada, juntamente com outros três suspeitos. O STF autorizou na mesma decisão a quebra dos sigilos de 12 empresas. Entre elas, o jornal “Gazeta de Alagoas” e a TV Gazeta de Alagoas, que pertencem à família de Collor.
Propina
De acordo reportagem publicada pela “Folha de S. Paulo”, a propina resultou de um contrato no valor de R$ 300 milhões assinado em 2012 entre uma rede de postos de combustíveis de São Paulo e a BR Distribuidora.
O negócio era para que a rede deixasse uma marca de combustíveis e passasse a integrar o grupo de revendedores da BR Distribuidora. Em 2012, foi nesse tipo de operação que teria negociada a propina no valor de 1% do total do contrato, o que corresponde a R$ 3 milhões.
O valor, segundo Youssef, foi arrecadado nos postos em dinheiro vivo, em três parcelas de R$ 1 milhão, e depois repassado a Leoni. O dinheiro era destinado a Collor, afirma o doleiro.