Sputnik V: Saiba mais sobre a vacina a ser importada por Goiás e outros seis estados
16 junho 2021 às 08h31
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Imunizante produzido pelo Instituto Gamaleya, na Rússia, é administrado em duas doses, via injeção intramuscular; Goiás irá importar 142 mil doses
Já registrada em mais de 67 países, nesta terça-feira, 15, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou Goiás e outros 6 estados brasileiros a importarem doses da vacina russa contra Covid-19 Sputnik V. De acordo com o governador Ronaldo Caiado (DEM), serão compradas 142 mil doses, para que 1% da população goiana (71 mil pessoas) seja completamente imunizada.
A vacina produzida pelo Instituto Gamaleya é a única do mundo a ser desenvolvida por dois adenovírus inofensivos, o D-26 e o D-5. Os adenovírus são uma família de vírus que, quando inativados, ao invés de atacar humanos e animais, podem agir como meio de transporte de material genético de um vírus diferente à célula humana, como a proteína Spike proveniente do coronavírus.
Administrada em duas doses com intervalo de 21 dias entre elas, via injeção intramuscular, a primeira etapa da Sputnik V conta com o adenovírus D-26. Esse vírus inativado leva a proteína Spike para as células humanas e, a partir disso, o organismo manda uma resposta imune e cria defesas (anticorpos) contra a proteína.
Já a segunda dose, que contém o adenovírus D-5, age da mesma forma, mas de forma mais assertiva. Os cientistas explicam que as duas fórmulas diferentes do imunizante colaboram para a formação de uma maior quantidade de anticorpos contra o Sars-CoV-2.
De acordo com o Instituto Gamaleya, a taxa de eficácia atingida pelo imunizante é de 97,6%, segundo estudo da taxa de infecção entre os 3,8 milhões de pessoas vacinadas com ambas as doses da Sputnik V entre 5 de dezembro e 31 de março, na Rússia. A farmacêutica chegou a acrescentar, no entanto, que a eficácia chegou a 100% para a prevenção de casos graves e óbitos, após 21 dias da injeção da primeira dose.
Importação da vacina por estados brasileiros
De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a compra deverá respeitar condições controladas. Entre as regras estabelecidas ao requerimento, como já deliberado na 9ª Reunião Extraordinária Pública da Diretoria Colegiada, na última sexta-feira, 4, estão a de que o imunizante deverá ser destinado a adultos saudáveis. Além disso, as doses só poderão ser aplicadas após liberação por parte do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS).
A Anvisa ainda espera receber relatórios periódicos de avaliação sobre o benefício-risco do imunizante produzido pelo Instituto Gamaleya, na Rússia. O órgão regulador ainda terá o poder de suspender, a qualquer momento, a importação e a distribuição das doses.