Portal brasileiro quer alavancar o mercado de games independentes na América Latina
08 maio 2014 às 19h23
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Diante da carência dos desenvolvedores por um espaço de divulgação e disponibilização de seu trabalho, o marketplace foi lançado nesta quarta-feira objetivando ser o “Steam” da região
O mercado brasileiro de jogos independentes ganhou um precioso impulso nesta quarta-feira (7/5) com o lançamento do portal Splitplay, que promete ser o “Steam” dos games latino-americanos. Diante da carência dos produtores nacionais por um espaço de divulgação e disponibilização de seu trabalho, o projeto foi desenvolvido com o intuito de tornar a produção brasileira mais acessível para os entusiastas.
Os idealizadores do marketplace, três fluminenses — Henrique Bejgel, Eric Prata Salama e Rodrigo Coelho Costa Junior –, prometem garantir liberdade aos desenvolvedores para determinar os detalhes sobre o lançamento dos jogos. Fica a cargo de cada um deles o preço do produto e a implementação de DRM (que restringe o número de máquinas onde o jogo será instalado), por exemplo. No entanto, não é qualquer game que poderá ser indexado ao portal. Há um controle de qualidade que, como explicou um dos criadores do projeto, Rodrigo Coelho, visa evitar que o usuário se depare com “vários clones de ‘Flappy Bird’”.
Declaradamente influenciado pela plataforma “Steam”, da estadunidense Valve — o que é evidente inclusive pelo desenho das páginas do site –, o Splitplay também vai oferecer descontos e pacotes de jogos sazonais, tal qual a contraparte norte-americana. O sistema de pagamento obviamente foi pensado tendo em mente o público brasileiro, e, portanto, abrange modelos como boleto bancário, depósito em conta e cartão de crédito nacional, com possibilidade de parcelamento em 18 vezes. O preço dos jogos disponibilizados no lançamento varia entre R$ 2 e R$ 49. Para os usuários do “Steam” há uma notícia que deve deixá-los mais empolgados com o portal brasileiro: está sendo estudada a implementação de um sistema de distribuição de chaves, o que possibilitaria ativar os jogos comprados no Splitplay na plataforma da Valve e, assim, garantir que o jogador possa obter extras como cards e conquistas nos games que os disponibilizem.
https://www.youtube.com/watch?v=VSZrbNm_za0
Mas, no fim das contas, o que importa mesmo é a biblioteca de jogos disponível. Apesar de o Splitplay ter como objetivo promover a produção latino-americana de forma geral, apenas produções brasileiras foram disponibilizados no lançamento. O catálogo inclui ou ainda incluirá games já consagrados no país e no exterior, como “Knights of Pen and Paper +”, “Oniken” e “Dungeonland”, e outros muito aguardados, como “Pier Solar HD” e “Chroma Squad”.
Interessante destacar que muitas das produções se baseiam em aspectos da cultura ou do folclore nacional, como é o caso de “Cangaço”, um game de estratégia com elementos de RPG ambientado no sertão nordestino; “Xilo”, vencedor do 10º Simpósio Brasileiro de Games (SBGames) em 2011, que também conta com um cangaceiro como protagonista; e “Aritana e a Pena da Harpia”, que conta a história do indígena Raoni em busca da salvação do cacique de sua tribo.
Eis a lista de jogos disponíveis no lançamento do Splitplay: “Aritana e a Pena da Harpia”, “Cangaço”, “Dead Bits”, “Soul Gambler”, “Face It”, “Cataegis – The White Wind”, “Mr. Bree+”, “Heroes Rush: Tactics”, “Bellatorus, Sattelite Rush”, “Bernie Needs Love”, “Dreaming Sarah”, “Chroma Squad”, “Mahjong Max”, “Vitrum”, “Daily Espada”, “Guy vs The Wicked and Nefarious Land”, “Pet Playground”, “Overcast – Walden and the Werewolf”, “Robot Dir” e “A Vítima de Ouro”.
Para os idealizadores do Splitplay, a iniciativa será um marco para a indústria nacional, conforme destacou Bejgel em entrevista ao Techtudo: “São poucos os estúdios brasileiros que têm conhecimento de marketing e dinheiro para conseguir efetivamente levar seus jogos às pessoas. Isso ocorre, em parte, porque nossos canais de mídia especializada cobrem pouco os games feitos aqui no Brasil e não existe um lugar centralizado para esses tipos de videogame. Há um grande interesse em saber mais sobre nossa produção interna, mas a maioria dos jogos indies feitos aqui acabam se perdendo no mar da internet”.