A Defesa Civil do Rio Grande do Sul confirmou a morte de um homem que havia desaparecido durante a passagem do ciclone na região. Ele foi encontrado morto nesta segunda-feira, 10, às margens do rio Capivaras, em São José dos Ausentes (RS), elevando o número de óbitos a sete.

Ventos ultrapassaram 250km/h

Segundo o governador Ratinho Júnior (PSD), os ventos ultrapassaram 250 km/h e configuram um fenômeno “sem precedentes” no estado. Até a noite de sexta-feira, o Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar) classificava o tornado como F2, com ventos entre 180 e 250 km/h, mas já havia indícios de velocidades superiores, o que pode elevar a categoria para F3 — considerada de risco severo.

A ventania causou tombamentos de veículos, destruição de casas de alvenaria, quedas de árvores inteiras e danos generalizados. As equipes de meteorologia utilizam dados de radar e vistorias em campo para confirmar a classificação final do fenômeno.

A Defesa Civil estima que cerca de 10 mil pessoas tenham sido impactadas pelos ventos. Até o momento, 28 pessoas estão desabrigadas e 1.000 desalojadas. Os desabrigados estão sendo encaminhados a abrigos montados no município vizinho de Laranjeiras do Sul, onde foi disponibilizado transporte emergencial.

Ajuda humanitária

O presidente Lula (PT), que participa da COP 30 em Belém, no Pará, também manifestou apoio às vítimas e informou o envio de ajuda humanitária para região, por meio de equipe liderada pela ministra Gleisi Hoffmann, composta pelos Ministérios da Saúde e da Integração e Desenvolvimento Regional.

“Técnicos da Defesa Civil Nacional especializados em ajuda humanitária e reconstrução já estão a caminho das cidades, e profissionais da Força Nacional do SUS prestarão auxílio à população e às equipes do governo paranaense envolvidas no resgate e no auxílio às vítimas. Seguiremos apoiando a população paranaense. E prestando todo o auxílio que for necessário”, pontuou o presidente na sua conta no X.

Calamidade pública

O governador Ratinho Junior (PSD) decretou estado de calamidade pública em Rio Bonito do Iguaçu, no Centro-Sul do Paraná, após o tornado que atingiu cerca de 90% das residências e prédios comerciais do município.

O decreto de calamidade pública é uma medida administrativa que reconhece oficialmente a gravidade da situação em um município ou região. Ele permite que o governo estadual adote procedimentos emergenciais, como a dispensa de licitações, a mobilização imediata de recursos e o pedido de apoio federal.

A partir do decreto, o município também pode solicitar recursos da União e do Fundo Estadual de Calamidade Pública, além de firmar convênios emergenciais para reconstrução.

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