Pouco se fala sobre isso, mas sob as ruínas do World Trade Center, em Nova York, foi encontrado o casco de um grande navio do século XVIII.

O mistério do naufrágio dessa embarcação de grande porte só agora foi solucionado e revelado. Em 2010, quase uma década após os atentados de 11 de setembro, trabalhadores envolvidos na reconstrução do Marco Zero detectaram a presença do casco de madeira de um enorme navio, enterrado cerca de sete metros abaixo dos destroços.

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Imagem do Návio encontrado | Foto: Reprodução

Logo após a descoberta, arqueólogos recolheram amostras da madeira, que havia permanecido enterrada por séculos na ilha de Manhattan, escondida sob os prédios icônicos do World Trade Center. As análises revelaram que o navio afundou durante o período da Independência dos Estados Unidos, em 1776.

A determinação precisa da idade da embarcação foi possível por meio da comparação dos padrões de anéis de madeira do casco com registros históricos, um método científico conhecido como dendrocronologia. Além disso, os pesquisadores identificaram o local de produção do navio: um estaleiro na Filadélfia, Pensilvânia, em 1773, período revolucionário da América.

A madeira utilizada na construção pertencia a uma leva de carvalhos derrubados no mesmo ano do Boston Tea Party, evento que intensificou a tensão entre as colônias americanas e o domínio inglês. Curiosamente, essa mesma madeira foi usada na construção do famoso Independence Hall.

O navio era um saveiro de projeto holandês, embarcação utilizada para transportar passageiros e mercadorias pelo Rio Hudson. Projetados para navegar em águas rasas e rochosas, os saveiros foram essenciais para o desenvolvimento das 13 colônias. Historiadores acreditam que este saveiro específico foi utilizado por pelo menos 30 anos até afundar na parte baixa de Manhattan.

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Escombros onde foi encontrado os destroços do návio | Foto: Reprodução

À medida que a cidade cresceu, a região foi aterrada, e o navio acabou submerso sob camadas de terra, lixo, detritos, mariscos e ostras, que ajudaram a preservar a madeira. Os rios Hudson e East tiveram suas margens ampliadas artificialmente, enterrando a embarcação sob o que se tornaria o distrito financeiro mais poderoso e rico do mundo.

Hoje, os restos do navio estão expostos em Albany, no Museu do Estado de Nova York. A descoberta, feita no mesmo local do atentado que mudou a história mundial e dos Estados Unidos, ganhou um significado simbólico: tornou-se um ícone de resiliência e superação.

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