Presidente do sindicato, Bia Lima, espera uma proposta que possa ser apresentada aos servidores na próxima segunda-feira

Bia de Lima é contra paralisação | Foto: reprodução / Sintego
Bia de Lima criticou o repasse de verbas do governo à Secretaria de Educação | Foto: reprodução / Sintego

Os representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego) estão tentando uma reunião com o governo para tentar articular alguma proposta de negociação que possa ser apresentada aos servidores em greve desde maio de 2015. Eles se reúnem na próxima segunda-feira (3/8) para deliberar sobre os rumos do movimento.

Segundo a presidente do Sindicato, Bia de Lima, a “expectativa é que possamos ter uma proposta interessante para a assembleia de segunda-feira”. Ela afirmou que os grevistas tentam uma articulação com a presidente da Comissão de Educação, Cultura e Esporte da Assembleia Legislativa, Eliane Pinheiro (PMN).

Em entrevista ao Jornal Opção Online, Bia criticou o repasse de verbas do governo estadual à Secretaria de Educação. “Se o governo de Goiás não estivesse repassando as verbas para outras coisas, como a Agetop [Agência de Transportes e Obras Públicas de Goiás], a secretaria teria dinheiro para pagar a data-base, para investir nas escolas e melhorar a Educação”, alfinetou Bia.

Sobre a gestão da atual secretária, Raquel Teixeira, Bia se mostra satisfeita com a secretária, mas afirma achar difícil opinar com certeza, porque ela não teria “autonomia”. Segundo a presidente, Raquel fica “de mãos atadas” porque o recurso não chega à pasta. “Estamos brigando para que ela tenha mais autonomia, porque sem recursos você não faz nada”, completou.

No que diz respeito à implantação das Organizações Sociais (OSs) nas escolas estaduais, Bia foi categórica: “Aí vai ser uma briga longa e árdua, porque somos terminantemente contra e vamos lutar de todas as maneiras possíveis para impedir a implantação”. Ela avalia que a adoção das OSs representaria um “prejuízo” aos trabalhadores da Educação.

Decisão

Nesta terça-feira (28), o Tribunal de Justiça determinou que 50% dos servidores devem seguir trabalhando durante a greve, considerada legal pelo órgão.  A turma que julgou o caso analisou um recurso do Estado de Goiás, que pedia o funcionamento de 80% da rede estadual, pelo menos.

O governo também alegava não ter sido informado sobre o quantitativo de servidores em greve, o que, segundo o desembargador Kisleu Dias, não representa impedimento ao movimento. Ele ressaltou que não há legislação que determine essa necessidade e lembrou que a greve foi comunicada à administração pública com a antecedência prevista em lei.