Ministro do Meio Ambiente é alvo em investigações da Polícia Federal em operação contra exportação ilegal de madeira

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Nesta terça e quarta-feira, 1º e 2 de junho, Goiânia recebe, no Centro Cultura Oscar Niemeyer, o simpósio “Desafios ao equilíbrio entre a preservação ambiental e desenvolvimento econômico: os casos do agronegócio, do saneamento e da mineração”. O evento é promovido pelo deputado federal Vitor Hugo (PSL) e organizado pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio), Sindicato dos Condomínios e Imobiliárias de Goiás (Secovi) e outras entidades.

O simpósio irá contar com a participação do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles; Rogério Marinho, ministro do Desenvolvimento Regional, que gravou um vídeo com sua participação no evento; a deputada federal Carla Zambelli (PSL), que é presidente da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados; e Aline Sleutjes (PSL-PR), presidente da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara.

O evento terá o público limitado e receberá prefeitos, secretários do meio ambiente, representantes do setor produtivo, como Acieg, Fecomércio, Faeg e vários outros, segundo o Vitor Hugo. “Vamos ter limitação de espaço e pessoas, mas vamos transmitir nas redes sociais, haverá salas de zoom, vamos permitir perguntas”, contou.

Sobre a polêmica participação do ministro Ricardo Salles, alvo de investigações pela Polícia Federal por exportação ilegal de, demissão de funcionários contrários às flexibilizações das regras de envio de produtos florestais ao exterior e contratação de pessoas facilitadoras de contrabando e movimentações financeiras suspeitas de pelo menos R$1,7 milhão, o deputado afirmou que “não vê nada demais”.

“Ele vem exercendo com toda desenvoltura. Tem a confiança do presidente Bolsonaro e, já que há uma investigação, mas não houve nenhuma evolução, ele vai participar normalmente. Ele é o titular da pasta e quem pode falar como autoridade que é sobre o tema, inclusive para passar para nós essa visão que nós percebemos de equilíbrio entre a preservação do meio ambiente e o desenvolvimento econômico”, opinou.

Vitor Hugo lembra que esta é a semana do Meio Ambiente e que o evento trará ao debate três ´pontos muito importantes para Goiás. “A mineração, temos cidades com grandes potenciais, jazigos e minas sendo exploradas em Catalão, Niquelândia, Cristalina, Crixás, e tantas outras”, pontuou o parlamentar, além do agronegócio e do saneamento, que teve sanção recente do novo marco no Congresso.

“Estamos vendo alguns estados fazerem leilões com sucesso, como em Alagoas, Maceió e algumas cidades. Houve ágio de mais de 13.000% na outorga. Imaginávamos que seriam poucos milhões que as empresas iam pagar, mas acabou sendo R$2 bi [investidos pela BRK Ambiental] e vão investir outros R$2.600 bi nos próximos 35 anos, e vai garantir a universalização do acesso à água”, lembrou.

“É preciso, ao mesmo tempo que a gente preserva o meio ambiente, trazer o desenvolvimento [econômico]. Nós temos que equilibrar as coisas. Essa é a semana do meio ambiente, então a nossa intenção foi trazer esse debate para Goiânia, para Goiás”, afirmou.

Manifestações contra o governo

Para o deputado que já foi líder do governo na Câmara, e agora atua como líder do PSL entre os deputados federais, os protestos anti-Bolsonaro deram menos pessoas que as manifestações favoráveis ao governo. “Eles quiseram demonstrar algum tipo de força, mas demonstraram fraqueza. Foi um tiro no pé”, disse. “A esquerda precisa tomar uma decisão: ou é errado aglomerar e isso aumenta os casos de transmissão, como eles sempre alegaram. E aí eles têm que ficar em casa, como sempre alegaram. Criticavam quando nós fazíamos manifestação ou então estávamos certos desde o início e o que eles queriam fazer, na verdade era contribuir com a defesa que eles tinham de fechar igrejas, fechar comércio, fechar escolas, contribuir para o caos econômico do Brasil justamente para tentar enfraquecer o presidente politicamente visando as eleições do ano que vem. Eles têm que decidir o que querem”, argumentou.

“Eles estão indo para as ruas do jeito que nós sempre fomos e, agora, mudando o discurso, parte da imprensa que sempre apoiou a esquerda e fizeram oposição noticiaram de maneira envergonhada. As manifestações da direita são muito mais ordeiras que as da esquerda. Nas manifestações da direita as pessoas estão com a bandeira do Brasil, famílias presentes. A da esquerda tem um ícone aí que está nas redes sociais que é uma mulher nua no meio de uma praça amarrada, com as pernas amarradas e uma maçã na boca. Outras pessoas nuas, esfregando o corpo nas partes do presidente. Às vezes acontecem conflitos com a própria polícia. Eu tenho grande confiança que (a polícia) tem feito trabalho correto”, declarou Vitor Hugo.

Queda de popularidade

Para o líder do PSL na Câmara, parte da imprensa tem tomado partido contra o presidente Jair Bolsonaro e articulado para parecer que sua popularidade está em queda. “Dois casos que mostraram muito bem para mim que era parte de uma ação política de parte da imprensa naquele momento. O presidente vai à Alagoas, que é a terra do relator da CPI e do presidente da Câmara. Duas figuras hoje centrais. E o presidente é simplesmente abraçado por parte da população, ovacionado. Fica muito claro o amor do Alagoas ao nosso presidente. No mesmo dia é divulgada a pesquisa dizendo que o impeachment do presidente tinha 51% de apoio da população contra 49% de rejeição. Para mim, isso tem muito jeito de ser algo planejado”, afirmou.

“Ainda, a outra foi a grande manifestação que foi feita no dia 15 e aí foi divulgado que o Lula estava com 55% e o presidente com 32% e que o Lula venceria em todos os cenários”, acrescentou o parlamentar.