A sessão da Câmara Municipal de Goiânia desta quarta-feira, 9, foi interrompida por conta de uma briga entre a vereadora Luciula do Recanto (MDB) e o jornalista Átila Marques, suplente a vereador pelo Partido Renovação Democrática (PRD). A confusão precisou ser apartada por outros vereadores e pela Guarda Civil Metropolitana (GCM).

A discussão iniciou quando a vereadora se dirigiu em direção ao espaço da imprensa, local em que estava Marques. Os dois começaram a discutir e a situação escalou até a suspensão da sessão. A parlamentar precisou ser contida pelos colegas de Casa e a GCM, depois ela foi encaminhada para fora do plenário e seguiu para o seu gabinete.

Luciula abordou Marques com ofensas, enquanto o suplente fazia acusações sobre um suposto caso de “rachadinha”, além de relembrar que não foi eleita. Em alguns momentos, ele a chamou de “ex-vereadora” e disse que ela estava “descontrolada”. O político ainda disse que a parlamentar queria cargos na UPAVet e que ela não gosta dos animais.

A vereadora seguiu com as ofensas contra o suplente e até xingou o Ministério Público de Goiás (MPGO), como é possível ver no vídeo, mas o ápice veio na citação sobre o possível caso de “rachadinha”. Nessa hora, ela tentou passar por cima da contenção do local onde fica a imprensa, mas foi contida pelo vereador Henrique Alves (MDB).

O Jornal Opção conversou com algumas fontes de forma reservada, todas apontaram que a briga de hoje foi motivada pela bandeira política dos envolvidos. No caso, os dois defendem a causa dos animais e nenhum foi eleito nas eleições para vereador neste ano.

Pós-briga

Após a confusão, Átila Marques conversou com a imprensa e disse que estava apenas conversando com o vereador Cabo Senna (PRD), colega de partido. “Estava simplesmente sentado aqui e ela chegou me ofendendo, me agredindo com palavras, questionando a minha presença, como se fosse necessário uma autorização para estar aqui”, relata.

Segundo Marques, a parlamentar não gosta dele e de outros defensores da bandeira porque ela deseja ser “exclusiva” na causa animal. “Penso totalmente diferente, acho que Goiânia precisava ter 5 ou 10 vereadores da causa animal. No entanto, ela culpa os outros candidatos que defendem os animais pela derrota nas eleições”, afirma.

O suplente também contou que nunca teve uma desavença com a parlamentar ou outro problema anterior. Além de citar que Luciula fez um discurso ontem, terça-feira, 8, com falas direcionadas para ele. Na ocasião, a parlamentar teve uma fala na tribuna em que desabafou sobre a derrota nas eleições e criticou outros integrantes da causa animal que concorreram ao pleito.

“Posso citar o Marlon, o Zander e a Carla do Focinho como outros candidatos da causa animal que também foram atacados por ela. Vemos que ela não gosta dessa bandeira, apenas do seu mandato e dos recursos”, acusa o suplente do PRD.

Marques também contou para a imprensa que pretende acionar a vereadora no Conselho de Ética da Casa pelas ofensas.

“Não me arrependo”

Posteriormente ao ocorrido, Luciula do Recanto conversou com a imprensa a respeito do ocorrido. Ela lamenta a briga, mas não se arrepende de nenhuma ação que realizou hoje. “Ele veio para me provocar, ofender a minha pessoa, e eu enfrentei ele. Sou uma mulher que enfrenta e não me arrependo”, disse a parlamentar, em entrevista coletiva.

Segundo a vereadora, ela sofria acusações de Marques desde antes das eleições e se exaltou hoje quando o avistou no local.  “Quando eu vi ele lá, eu estava no meu limite e explodi, conta. Em seguida, a parlamentar comentou sobre as acusações que circularam pela mídia às vésperas do pleito de 2024.

“Tenho várias denúncias no Ministério Público, eu sou política e a partir do momento que você assume um cargo público, você passa por investigações por ser uma pessoa pública”, responde Luciula. “Igual um policial que está em tiroteio e mata alguém para se defender, ele ainda passa por uma investigação para entender o fato”, acrescenta.

Sobre as denúncias de “rachadinha”, a representante explica que há uma confusão entre as suas assessoras que ajudam nas doações com os animais. “As pessoas que trabalham comigo se sentem à vontade e querem ajudar”, justifica. Ela classifica que toda essa situação era uma “fake news (notícia falsa)”.

A vereadora também respondeu sobre acusações e os processos que recebeu em seu abrigo. Ela conta que nunca foi condenada, mas ressalta que o problema são as circunstâncias e a falta de contexto. O exemplo citado foi de um cachorro que chega debilitado no local e as pessoas já denunciam, independente de quem seja responsável pela situação do animal.

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