Os servidores do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) estão insatisfeitos com a proposta do Ministério da Gestão e Inovação e decidiram entrar em operação padrão e greve por tempo indeterminado a partir da próxima segunda-feira, 1º. Eles reivindicam melhores condições orçamentárias, equiparação salarial com outros órgãos essenciais e salários dignos para trabalhadores temporários.

A contraproposta do governo foi considerada inadequada, demonstrando descaso com o IBGE, segundo se manifestou o Instituto. A próxima rodada de negociações está marcada para 27 de junho, mas a expectativa de uma solução positiva é baixa.

“O futuro do IBGE e do país depende de um acordo justo entre o governo e os servidores. A greve, embora extrema, é percebida como única forma de pressionar o governo a apresentar uma proposta, que contemple as reivindicações da categoria”, diz nota encaminhada à imprensa. O documento foi assinado por Marta Helena Mendes de Queiroz, do Núcleo Goiás Coordenadora Sindical.

O Censo no Brasil, que geralmente é realizado em anos terminados em zero, foi adiado para 2022 durante o governo de Jair Bolsonaro. Em 2020 e 2021, o então ministro da Economia Paulo Guedes cortou a verba destinada ao Censo, complicando ainda mais a situação com a pandemia de COVID-19. Em 2022, com um orçamento reduzido, a coleta de dados que deveria durar dois meses se estendeu por dez meses devido à falta de recursos.

Além disso, a coleta foi prejudicada pelo abandono de muitos candidatos durante o processo seletivo, o que fez com que o IBGE nunca atingisse o número previsto de profissionais para realizar o levantamento.