Servidores da Educação de Goiânia decidem pela continuidade da greve
01 julho 2014 às 15h23
COMPARTILHAR
Prefeito protocolou projetos referentes à categoria. Um diz respeito ao recesso dos servidores do administrativo, o outro trata da incorporação de gratificação de regência de classe para aposentados
Há 35 dias em greve e desde o dia 10 de junho ocupando o plenário da Câmara dos Vereadores de Goiânia, servidores da Educação municipal decidiram manter a greve em assembleia nesta terça-feira (1º/7). Integrante do Comando de Greve e do Sindicato Municipal dos Servidores da Educação em Goiânia (Simsed) Edson Domingues disse ao Jornal Opção Online que a categoria pede ao menos um cronograma a ser cumprido. “Se ele fizer um documento com datas e se comprometer, nós finalizaremos a greve”, disse Edson. De acordo com o servidor, que esteve na prefeitura na manhã desta terça-feira, o prefeito Paulo Garcia (PT) prometeu protocolar dois projetos, que estão na pauta dos servidores, nesta terça-feira (1º), o que já foi feito.
O primeiro projeto é referente ao recesso dos servidores do administrativo. A categoria pede que esses servidores tenham recesso no final de ano de 15 dias, assim como os professores. Já o segundo projeto diz respeito à incorporação de gratificação de regência de classe para aposentados. O grupo pede que servidores aposentados continuem a receber a gratificação em suas aposentadorias.
[relacionadas artigos=”8346,7575″]
Inicialmente a categoria pedia pelo cumprimento integral do acordo firmado entre a Prefeitura de Goiânia e os educadores no final da última paralisação. Entretanto, a pedido da secretária de Educação, Neyde Aparecida, o comando de greve reduziu a pauta de reivindicações em três itens: o pagamento do retroativo do piso salarial e das titularidades, estabelecimento de gratificação de 30% para auxiliares e o cumprimento da data base para os servidores administrativos.
Segundo Edson do Comando de Greve, os professores não tiveram ajuste no piso salarial de janeiro, fevereiro e março. “Deveria ser ajustado em janeiro, mas foi somente em maio. Queremos o retroativo dos meses que não foram ajustados”, informou. Quanto às titularidades, Edson explica que muitos servidores fizeram cursos, mestrados, abriram processo para obter gratificação, mas o processo demorou de um a dois anos. “Queremos que essas pessoas recebam também retroativo.” Já quanto à data base, os servidores do administrativo deveriam ter recebido em maio, mas a prefeitura informou que só pagaria em novembro. A categoria pede que os meses de maio a novembro sejam levado em consideração no momento do pagamento. “Os servidores também querem que o pagamento da data base seja efetuado em janeiro”, explicou Edson.
Edson explica que o grupo tentou se ajustar ao que pode ser possível por parte da prefeitura. “Ele [Paulo Garcia] diz que não pode porque tem que se ajustar a Lei de Responsabilidade Fiscal [LRF]. Nós entendemos isso, mas não vamos deixar de lado tudo o que ficou acordado. Queremos pelo menos um cronograma”, explicou. Segundo Edson Domingues, a categoria está sendo flexível quanto aos problemas da prefeitura. O servidor diz que o prefeito afirma que irá pagar assim que estiver em dias com a LRF. “Mas só isso não dá. Queremos datas, cronogramas”, informou.
A estimativa feita pelo sindicato é de 50% a 60% dos servidores estão paralisados. Já a secretaria de Educação explica não obter dados de número de funcionários, e afirma que somente 4% das escolas estão paralisadas totalmente e 11% parcialmente, sendo que 84% estão desenvolvendo as atividades normalmente. Esses dados são da última segunda-feira (30), já que a partir desta terça-feira as escolas estão de férias. Edson contesta os dados da secretaria, dizendo que eles não levam em conta número de funcionários. “As escolas funcionam, mas, por exemplo, de 10 turmas, 7 não estão tendo aula”, sustentou. O município possui 344 escolas.
Na próxima sexta-feira (4/7) o grupo fará nova assembleia para decidir na suspensão ou não da greve.