Servidores da Educação de Aparecida de Goiânia convocam assembleia para decidir sobre greve

12 janeiro 2025 às 12h17

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O atraso no pagamento dos salários de dezembro tem gerado tensões entre os servidores da Educação de Aparecida de Goiânia. Com o impasse em torno da quitação da folha salarial, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego) anunciou uma assembleia geral unificada com indicativo de greve, marcada para a próxima terça-feira, 14, às 9h, em frente à sede da Prefeitura. A mobilização representa um crescente descontentamento dos trabalhadores diante das dificuldades financeiras enfrentadas pelo município.
Em comunicado oficial, o Sintego convocou todos os servidores da Rede Municipal de Ensino para participarem da reunião. Conforme explicado pelo sindicato, o futuro das atividades escolares dependerá das propostas apresentadas pela Prefeitura durante o encontro. “Diante do que for apresentado, ficará nas mãos dos trabalhadores decidirem se aceitam ou entram em greve”, informou a entidade ao Jornal Opção.
O cenário de insatisfação está diretamente ligado à crise financeira herdada pelo atual prefeito, Leandro Vilela, que tomou posse em janeiro de 2025. Ele recebeu a administração com um déficit de aproximadamente R$ 400 milhões e um caixa de apenas R$ 9 milhões.
Dívidas herdadas complicam gestão
Entre os principais desafios enfrentados por Vilela, destacam-se o pagamento dos salários de dezembro, que somam R$ 58 milhões, e o acerto com servidores comissionados exonerados no último dia do ano, estimado em R$ 40 milhões. Durante o último mês de mandato, o ex-prefeito Vilmar Mariano optou por direcionar R$ 135 milhões para outras despesas, deixando de priorizar a quitação da folha salarial.
Essa decisão foi reportada ao Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), que investigará possíveis irregularidades.
Compromisso com os servidores
Apesar do cenário crítico, o prefeito Leandro Vilela tem reafirmado seu compromisso com os servidores públicos. Em reunião realizada na última quinta-feira, 9, que contou com representantes do Sintego, SindSaúde, Sindicato da Guarda Civil e do Sindicato dos Servidores Públicos, Vilela garantiu que a quitação da folha de dezembro é prioridade absoluta.
“É prioridade total da nossa gestão quitar a folha dos servidores”, declarou Vilela. Para buscar soluções, foi formada uma comissão composta por membros da Prefeitura, Câmara Municipal e sindicatos, que se reuniu na sexta-feira, 10, para debater propostas de pagamento. As sugestões serão novamente discutidas em uma nova rodada de reuniões nas próximas semanas.
Impacto na Educação
O impasse afeta diretamente a rede de ensino, colocando em risco o início do ano letivo. A possibilidade de greve dos educadores é vista como um dos maiores desafios da gestão atual. A paralisação pode comprometer o atendimento a milhares de estudantes e aumentar
Em nota enviada ao Jornal Opção, a Prefeitura esclareceu as dificuldades financeiras e reafirmou o compromisso com a regularização dos pagamentos. “Quitar o salário de dezembro é prioridade”, informou a gestão.
Confira nota completa da Prefeitura de Aparecida de Goiânia
“Em relação ao pagamento da folha de dezembro, que não foi paga pelo ex-prefeito Vilmar Mariano dentro do mês trabalhado como ocorreu em Aparecida, desde 2009, o prefeito Leandro Vilela recebeu os representantes dos servidores públicos na última quinta-feira, 9, apresentou o quadro caótico encontrado – R$ 400 milhões em dívidas e apenas R$ 9 milhões em caixa – , afirmou que quitar o salário de dezembro é prioridade e desta reunião foi formada uma comissão composta por representantes dos servidores, Prefeitura e Câmara Municipal.
A comissão já se reuniu na sexta-feira, 10, para discutir tecnicamente as propostas e ficou de apresentar ao prefeito Vilela propostas para o pagamento da folha de dezembro conforme a arrecadação.”
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