Contrariando posição dos procuradores do Ministério Público, juiz avaliou que jornalista teve atuação secundária nos crimes investigados pela Operação Lava Jato

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Agora, caso queira deixar o país, mulher de Cunha precisará de autorização judicial | Foto: Reprodução Facebook

O juiz Sergio Moro, responsável pela Operação Lava Jato, ordenou a devolução do passaporte da esposa do deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Cláudia Cruz. Apesar de protestos dos procuradores do Ministério Público Federal (MPF), ele afirmou não ver motivos para que se mantivesse o documento retido e acatou o pedido da defesa.

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Segundo o juiz, Cláudia teve papel secundário nos crimes investigados na Operação e que, por isso, a medida é desnecessária. “Considerando ainda o papel subsidiário da acusada no suposto esquema criminoso, não vislumbro razões concretas para estabelecer tal proibição, reputando remoto o risco à aplicação da lei penal especificamente quanto a ela”, declarou ele.

Os procuradores se manifestaram contrários à devolução porque acreditam haver risco de que Cláudia, investigada por lavagem de dinheiro e evasão de divisas, fuja do país. Segundo eles, também podem existir bens ainda desconhecidos pela Justiça brasileira que possam ser acessados por ela.

“Observo que foi iniciativa da própria Defesa o depósito do passaporte em Juízo”, pontuou o juiz. “De todo modo, não foi decretado por este Juízo medida cautelar de proibição para que Cláudia Cordeiro Cruz deixe o país”. Agora, caso queira viajar ao exterior, Cláudia deverá apresentar sua intenção à Justiça para obter autorização. O despacho de Moro foi publicado nesta terça-feira (24/8).