Segundo o parlamentar, partido foi “negociado” e comando veio “de cima para baixo”, sem respeitar a história da legenda

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Em entrevista concedida na manhã desta terça-feira (21/3) a uma rádio de Goiânia, o deputado Roberto Balestra (PP) escancarou seu posicionamento acerca do comando “ilegítimo” do PP goiano, que se encontra em poder do Senador Wilder Morais (PP).

Durante a conversa, o parlamentar, que cumpre o oitavo mandato na Câmara, afirmou que o Partido Progressista de Goiás, há anos, foi “negociado” e que o atual comando da legenda veio “de cima para baixo”.

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“O partido foi negociado e quem o adquiriu nunca plantou nada dentro dele, está com ele nas mãos e dando as ordens para todos nós”, revelou, com insatisfação, Balestra. “O senador não tem legitimidade para tê-lo assumido. Que coisa que foi feita? Que negócio que foi feito? Ora, nós temos um partido que, que quando ele [senador Wilder] entrou, já estava organizado”, afirmou.

Roberto Balestra falou ainda sobre o seu não comparecimento à reunião do PP goiano, organizada pelo senador na última sexta-feira (17). “Eu não compareci porque não vou a reunião em que o presidente não tem legitimidade”, atacou o pepista.

“Nós construímos um partido que sempre teve deputado, sempre teve prefeito e agora vem essa intervenção. Isso não é bom. Eu estou calado esse tempo todo, até porque tinha uma eleição de prefeito. Se eu gritasse eu podia atrapalhar a vida desses companheiros direto ou indiretamente”, revelou.

Roberto Balestra, durante entrevista, fez questão de destacar a insatisfação total à presidência de Wilder. “Ele quer comprar as pessoas. Você vai lá no diretório, quem é que faz parte do dele ou da comissão provisória que ele dirige? Funcionários dele, funcionários do gabinete em Brasília, que eram do PMDB, que eram todos ex-prefeitos, ex-vereadores, ex-presidentes do PMDB no interior.”

Quanto ao apoio do governador Marconi Perillo a Wilder Morais para as eleições de 2018 –- declarado na reunião do PP do dia 17 — Balestra afirmou que a escolha é um direito democrático e natural. “Não podemos cercear o direito, a oportunidade de cada partido discutir entre os parceiros. Isso faz parte da democracia.”

O Jornal Opção entrou em contato com assessoria do senador Wilder Morais, e com o próprio parlamentar, para comentar as acusações de Balestra. Um dos assessores do parlamentar informou que Wilder escutará a íntegra da entrevista na rádio antes de se pronunciar sobre o assunto.