A secretária de Educação do Estado de Goiás Fátima Gavioli explica que portaria editada para conter violência nas escolas permite a Escola a pedir para o aluno mostrar a mochila. “O aluno abre a mochila e o aluno mostra. Se ele se recusar, a família é chamada na Escola”, tranquiliza.

Gavioli relata que houve um aumento da presença dos pais nas escolas nesta semana. “As aulas estão acontecendo normalmente e os pais estão voltando a confiar que estamos cuidando das crianças”, explica.

Semana pela paz

Em entrevista ao Jornal Opção, a secretária confirmou que ações serão tomadas ao longo até o final do mês. “Vamos fazer uma semana pela paz e o encerramento será com a Secretaria Estadual de Educação (Seduc) inteira dentro das escolas”, garante.

“Vamos ter aula normalmente no dia 20 com uma grande campanha para garantir uma segurança a sociedade de que todas as medidas necessárias estão sendo tomadas”, aponta.

O dia escolhido para encerrar o movimento foi escolhido a dedo. A data faz referência a um dos ataques mais famosos em Escolas dos Estados Unidos.

Política Estadual de Prevenção à Violência

governador Ronaldo Caiado lançou nesta sexta-feira o projeto de lei que institui a Política Estadual de Prevenção e Combate à Violência Escolar no Estado de Goiás.

O projeto de lei encaminhado para a Assembleia Legislativa prevê o atendimento de professores e estudantes por serviço de psicologia, campanhas de combate ao bullying, instalação de câmeras de monitoramento nas unidades e utilização de detectores de metais.

Pesquisadora vê redução de mensagens de ódio de grupos extremistas

As investigações contra os grupos que incentivam ataques a escolas e formas semelhantes de violência têm conseguido reduzir a circulação desse tipo de conteúdo na internet. Essa é a avaliação da pesquisadora Michele Prado. Apesar de contas que foram suspensas terem reaparecido, agora, segundo ela, os extremistas têm restringido o acesso aos conteúdos. “Algumas contas foram recriadas por usuários que eu acompanho já há muito tempo. A maioria deles está deixando as contas privadas”, diz.

Michele monitora grupos que promovem e incentivam ataques desde 2020. A pesquisadora faz parte do Monitor Do Debate Político no Meio Digital da Universidade de São Paulo (USP) e é autora dos livros “Tempestade Ideológica – Bolsonarismo: A alt-right e o populismo iliberal no Brasil” e “Red Pill – Radicalização e Extremismo”.

Em plataformas de jogos online, que parte desses grupos usam para comunicação, os próprios extremistas têm retirado os conteúdos do ar de forma a evitar a identificação. “Às vezes o próprio criador do servidor desconfia que tem infiltrados e derruba [o servidor]”, conta a pesquisadora a partir do monitoramento feito nas últimas semanas.

Para Michele, diminuir o acesso a conteúdos que incitam à violência é uma forma de reduzir o risco de ataques. “Quanto mais conteúdo inspiracional circula, mais potenciais imitadores a gente tem. Então, o fato de ter conseguido derrubar esse conteúdo que inspira, atua de forma positiva para a gente tentar diminuir o potencial de novos atentados”, destacou. Ela está trabalhando em um relatório para ajudar a embasar as ações do Ministério da Justiça nesse sentido.