Lei Seca proposta por Caiado pode ajudar no combate à Covid-19 no estado, aponta pesquisadora

26 janeiro 2021 às 18h01

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Professora titular de imunologia aponta que qualquer medida adotada já ajuda a diminuir contágio pelo coronavírus

Uso de máscara e distanciamento social, essa é a fórmula repetida por diversas vezes desde o início de 2020 que ainda continua a valer para combater o avanço da Covid-19 no estado de Goiás. A professora titular de imunologia da Universidade Federal de Goiás, Ana Paula Junqueira Kipnis, aponta que a Lei Seca, sugerida pelo governador Ronaldo Caiado (DEM), embora tímida, pode ajudar na contenção da doença.
Ela projeta um cenário de idas e vindas da pandemia pelos próximos três anos, caso o uso de máscaras, o distanciamento social e a vacinação em massa não sejam aplicados de forma efetiva.
A pesquisadora aponta que o repique dos casos de Covid-19, registrado no início deste ano, reflete diretamente as aglomerações ocorridas durante as festas de final de ano e já estava previsto por estudiosos e autoridades de saúde. Para ela, a proibição de venda de bebidas alcoólicas a partir das 22 horas em bares e boates, como sugere o governo estadual, pode diminuir o contágio.
Os municípios menores já sentem os efeitos diretos do repique de casos de Covid-19 com registro de lotação de 100% de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
“Qualquer medida adotada, mesmo que não seja totalmente efetiva, é bem-vinda. Se a partir das 22h as pessoas pararem de se aglomer, já é algo. Imagina se Caiado sugerisse um lockdown?! Seria linchado. Então é preciso começar de algum lugar e essa medida já é um começo”, avalia.
Ana Paula Junqueira Kipnis aponta que o ideal seria a vacinação em massa, com feito em Israel. O país do Oriente Médio conseguiu queda substancial da taxa de transmissão ao vacinar 35,4% da população. Além disso, é o terceiro lockdown desde início da pandemia, com fechamento de escolas, restaurantes e shopping centers.
Nova cepa
A pesquisadora ainda alerta para a possível presença da nova cepa do coronavírus em Goiás. Ela diz que o DNA ainda não foi sequenciado para garantir que haja o vírus que sofreu a mutação no estado, mas há pacientes vindos de Manaus em hospitais goianos.
Ana Paula Junqueira Kipnis explica que observação médica aponta se trata de um vírus adaptado com maior transmissão entre jovens. “É possível que chegamos a taxas de contaminação como as do início da pandemia. Não tem jeito, é preciso reforçar o uso de máscaras e distanciamento social, por isso a medida sugerida por Caiado pode ajudar”, avalia.