Sem inseticida, combate à dengue em Goiânia funciona 80% abaixo do recomendado
13 maio 2015 às 18h46
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Apenas três veículos “fumacês” atuam na capital, quando o ideal seriam 14. Secretarias apontam fracionamento no repasse de agrotóxico pelo governo federal como causa
A execução da UBV veicular, o popular fumacê, em Goiânia, está prejudicado e funciona apenas com cerca de 20% do recomendado. Conforme informações da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), apenas três carros realizam o serviço atualmente em toda a capital, quando o ideal seria o total de 14 veículos. A insuficiência dos fumacês foi alvo de denúncia por parte de vereadores, durante sessão na Câmara de Goiânia, nesta quarta-feira (13/5).
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O funcionamento dos fumacês é uma responsabilidade da Secretaria de Estado de Saúde (SES) em parceria com a pasta municipal. Em nota, a SES alegou que o Ministério da Saúde não atendeu integralmente o pedido da Saúde de Goiás de envio do agrotóxico malathion, utilizado nos equipamentos veiculares de UBV, o que gerou a racionalização do uso do inseticida no Estado, que passa por uma epidemia de dengue. “A aquisição e distribuição do agrotóxico é atribuição exclusiva do Ministério da Saúde, sendo vedada a compra pelos Estados”, esclarece a nota.
No comunicado, a SES lembra também que a execução das UBVs costais, realizados por agentes de endemia, são de responsabilidade exclusivas dos municípios. “Existem estudos que mostram que as UBVs costais (leves) são até quatro vezes mais eficientes que as UBVs veiculares (fumacês)”, diz a nota.
A SMS, por sua vez, informou à reportagem do Jornal Opção Online que o inseticida utilizado pelos UBVs costais são os mesmos dos fumacês e também segue com a demanda prejudicada devido aos repasses fracionados pelo governo federal. A pasta também explicou que, em época de epidemia de dengue, apenas os fumacês são acionados.
Conforme pesquisa divulgada recentemente, o Estado de Goiás ocupa o segundo lugar em incidência da doença em 2015, perdendo apenas para o Acre. Somente em Goiânia, foram registrados mais de 40 mil casos de dengue nesse ano. Das 18 vítimas fatais da doença no Estado, oito são da capital.