Vaga para chapa majoritária só deve ser oficializada nas convenções partidárias, deixando cenário aberto na corrida eleitoral

A disputa para o Senado em Goiás conta com um capítulo a parte. Além da competição pela única cadeira que o Estado tem disponível, cinco pré-candidatos tentam articular para garantir presença na chapa do governador e pré-candidato à reeleição Ronaldo Caiado (UB). Mesmo sem a oficialização do nome que acompanhará Caiado no palanque, no entanto, os interessados no mandato aproveitam a possibilidade de candidaturas isoladas para movimentações de pré-campanha.

Na última segunda-feira, por exemplo, Alexandre Baldy (PP) fez sua estreia com inserções partidárias na TV e no rádio, com tom de pré-campanha. Anteriormente, Baldy já havia declarado que “restringir candidaturas é muito ruim para o eleitor” e está disposto a manter a campanha de forma isolada. Agora, o início das inserções do partido já mostram o tom da candidatura, com foco em retomada econômica, emprego e geração de renda. Mesmo que não consiga lugar na chapa majoritária, o presidente do Progressistas em Goiás já garantiu que caminha em apoio à reeleição de Caiado.

O mesmo cenário, naturalmente, pode ser observado com os pré-candidatos que dividem legenda com o atual governador. O União Brasil conta com Delegado Waldir e Zacharias Calil na corrida ao Senado, mas não deve ter espaço para oferecer aos membros do partido na chapa majoritária. Waldir, que foi responsável por dar início ao debate de candidaturas avulsas no Estado, baseia o interesse na vaga nos números das pesquisas de intenção de voto para senadores, que o colocam na liderança da disputa, ou atrás apenas de Marconi Perillo (PSDB), que não garantiu que concorre à vaga. Atualmente, Perillo parece mais inclinado a concorrer ao governo de Goiás, conforme manifestação em discurso na Câmara Municipal de Goiânia. Ainda dentro do União Brasil, Zacharias Calil faz uma movimentação mais tímida, esperando a oficialização da candidatura e da campanha para colocar estratégias em pauta. Apesar disso, já declarou que poderia abandonar a ideia – que classifica como plano A – para tentar reeleição na Câmara ou mesmo abandonar a disputa.

O já senador Luiz do Carmo (MDB) também entra na disputa, tentando a reeleição do mandato. Assim como os pré-candidatos do UB, no entanto, pode ter dificuldades para encontrar espaço na chapa de Caiado, que já tem o emedebista Daniel Viela na composição de vice. Ainda assim, o senador tem agenda de lançamento de pré-candidatura ao Senado a partir do próximo sábado, 11, em Porangatu. De lá, ele ainda pretende seguir com ação municipalista, visitando outras cidades do interior. Entre as já anunciadas na rota de pré-campanha estão Rio Verde e Águas Lindas, além da capital Goiânia.

A situação mais favorável parece ser a de Lissauer Vieira (PSD), que chegou a se retirar da disputa eleitoral, mas voltou atrás e colocou o nome à disposição para o Senado. A pré-candidatura ganhou força especialmente após manifestações de apoio vinda de parlamentares da Câmara Municipal de Goiânia e da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego). Ao fim de maio, Lissauer reuniu representantes de entidades do agronegócio e oficializou a pré-candidatura. Dois dias depois, o presidente do PSD, Vilmar Rocha, afirmou que a hipóteses de candidatura isolada está descartada, com foco na aposta de aliança com UB e MDB.

Já João Campos (Republicanos), chegou a cogitar disputar o Senado na base do governador Ronaldo Caiado, mas também alimentou conversas com o opositor Gustavo Mendanha (Patriota). Nesse cenário, o partido acabou dividindo-se em alas de apoio a Campos e ao prefeito de Goiânia Rogério Cruz, fechado com Caiado. Agora, isolado dentro do partido, pode surgir como suplente para Lissauer. Nesse sentido, há quem aposte que Campos poderia ocupar a Secretaria de Segurança Pública num possível segundo governo de Ronaldo Caiado, enquanto ocupa a suplência.