Sem apoio, Caiado adia publicação de novo decreto em Goiás

Com flexibilização, isolamento caiu de 70% no início da pandemia para 36,9%

O governador Ronaldo Caiado (DEM) admitiu nesta quinta-feira, 14, que recuou da decisão de divulgar o novo decreto com regras mais rígidas de isolamento no Estado. Segundo interlocutores, o governador deve amadurecer o debate em busca do convencimento, principalmente, de representantes de diversos setores afetados pelas restrições.

O primeiro documento editado por Caiado, em março, fez com que Goiás fosse reconhecido como modelo de enfrentamento à pandemia, o que colocou o governador como uma das vozes mais respeitadas sobre o tema no país. Com a preparação da rede de saúde, o governo entendeu que era hora de flexibilizar o decreto, no entanto os cuidados e a adesão ao isolamento caíram de forma brusca.

A situação acendeu o alerta no Palácio e Ronaldo Caiado entendeu que era hora de recuar. Em mais de uma ocasião, ele declarou que a ideia era intercalar isolamentos mais severos e leves, como forma de controlar a propagação do novo coronavírus e a oferta de leitos. Só que, agora, o governador experimenta uma resistência maior por parte do comércio e indústria.

Conhecido por sua capacidade de articulação, Caiado parece ter dado um passo atrás para depois dar dois à frente. A busca por uma “sintonia com a maioria do Estado e com as entidades” pelo governador deve surtir efeito e ganhar adesão de grande parte dos goianos.

É esperar para ver quais serão os próximos passos nesse jogo, pois a conta do aumento no número de casos deve chegar e pode ser empurrada para  a conta das igrejas e das entidades empresariais, por exemplo. É em busca dessa conscientização que Caiado deve se movimentar antes de publicar novas restrições.