Seis mulheres afirmam ter sido vítimas de assédio sexual por Silvio Almeida

14 outubro 2024 às 08h26

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Seis mulheres vieram a público nos últimos meses para denunciar o ex-ministro dos Direitos Humanos Silvio Almeida por supostos casos de assédio e importunação sexual. Entre as denunciantes, estão a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, uma advogada e quatro ex-alunas de Almeida. A Polícia Federal (PF) e o Ministério Público do Trabalho abriram investigações para apurar as acusações. Silvio Almeida, por sua vez, nega todas as alegações.
A primeira denúncia aconteceu em 5 de setembro de 2024, quando a ministra Anielle Franco relatou à imprensa que foi vítima de importunação sexual por parte do ex-ministro. De acordo com Anielle, as abordagens inadequadas começaram durante o período de transição do governo, no final de 2022, e se intensificaram ao longo de meses, levando a um episódio de contato físico não consentido durante uma reunião do governo federal, em maio de 2023.
Em entrevista recente, Anielle descreveu o comportamento de Almeida como “desrespeitoso” e afirmou que os atos “escalaram para um desrespeito que mulher nenhuma merece passar”. Ela também compartilhou que se sentiu violada quando ele tocou suas partes íntimas durante a mencionada reunião. A ministra prestou depoimento à Polícia Federal em 3 de outubro.
A advogada Isabel Rodrigues também se manifestou publicamente, relatando um episódio de assédio em 2019, quando, durante um almoço com colegas, Almeida teria levantado sua saia e colocado a mão em suas partes íntimas. Rodrigues, que decidiu expor o caso após Almeida desqualificar outras denúncias, afirmou que se sentiu “estarrecida” com a situação e compartilhou sua experiência com a PF.
Além dessas denúncias, quatro ex-alunas de Silvio Almeida também relataram situações de assédio sexual enquanto ele era professor na Universidade São Judas. Uma delas, que preferiu não ser identificada, contou que foi beijada sem consentimento por Almeida em 2007, enquanto outro caso envolveu toques nas pernas de uma estudante em 2017, durante uma reunião acadêmica.
Outro relato foi de uma aluna que, em 2009, disse ter recebido ligações insistentes de Almeida, sugerindo encontros para discutir sua monografia, o que a fez temer represálias acadêmicas. Uma quarta ex-aluna descreveu uma situação em que o professor teria se aproximado de maneira invasiva ao ponto de deixá-la encurralada contra uma parede.
Com a evolução das investigações, a defesa de Silvio Almeida tem reiterado que as acusações são infundadas e fazem parte de um grupo organizado para difamá-lo. As autoridades continuam apurando os depoimentos e evidências para esclarecer os casos.
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