Especialista diz que, para se precaver, usuário deve desconfiar de mensagens que pedem dinheiro com urgência

Usuários devem ficar de olho em golpes financeiro. | Foto: Ilustração

O Pix, serviço de pagamento e transferências instantâneo criado pelo Banco Central (Bacen), se tornou um sucesso no Brasil desde sua criação em 2020. O fato de a tecnologia permitir que o usuário transfira dinheiro, sem custo e 24 horas por dia, atraiu a atenção de golpistas. As estratégias são várias, SMS falsos, ligações de call centers ou falsos parentes no Whatsapp.

Os golpes financeiros, conhecidos como pishing, é um dos mais recorrentes. Nesse tipo de fraude, o criminoso induz a vítima a fornecer dados pessoais, como senhas e números de cartões, por meio de mensagens falsas.

O especialista em cobrança e direito do consumidor, Afonso Morais, expôs seis golpes comuns que utilizam Pix para se ficar de olho em 2022.

Falsos funcionários

A vítima recebe uma mensagem de um suposto funcionário do banco ou da empresa financeira que quer ajudá-lo no cadastro da chave Pix. A partir disso, o golpista diz ser necessário realizar um primeiro teste e induz a vítima a realizar uma transferência bancária para sua conta.

Falso sequestro

O golpe é antigo, mas foi adaptado com o surgimento do Pix. Os criminosos entram em contato com a vítima e afirmam terem sequestrado um ente familiar da pessoa, em seguida anunciam o valor do resgate a ser pago por meio de uma chave Pix.

Golpe do Bug

Os criminosos espalham informações falsas em redes sociais. A mensagem diz que o Pix estaria com uma falha de funcionamento (bug) que permite a pessoa receber o dobro do valor enviado. No entanto, o dinheiro não é devolvido e a vítima cai no golpe.

Phishing

Os ataques de phishing são os mais utilizados. Os criminosos usam mensagens aparentemente reais para induzir o indivíduo a fornecer informações confidenciais, como senhas e números de cartões.

Clonagem de WhatsApp

Os golpistas enviam mensagens no WhatsApp e afirmam fazer parte de empresas que as vítimas têm relacionamentos ou cadastros ativos. Em seguida, enviam um código de segurança, em forma de SMS, e dizem que serve para fazer atualização, manutenção ou confirmação de cadastro. A vítima é coagida a fornecer o código, que, na verdade, dará ao bandido acesso ao Whatsapp. A partir disso, os golpistas começam a enviar mensagens para os contatos da pessoa para pedir dinheiro emprestado por transferência via Pix.

Engenharia Social no WhatsApp

O criminoso cria uma conta no Whatsapp, escolhe a vítima, pega fotos de suas redes sociais e começa enviar mensagens para os parentes da pessoa. Primeiro, ele informa que trocou de número por algum problema e diz para salvar seu novo contato. Em seguida, afirma que precisa de ajuda e pede uma transferência via Pix.

Como evitar golpes

Afonso Morais alerta que a melhor maneira de se proteger é desconfiar de mensagens que pedem dinheiro, principalmente em caráter de urgência. Além disso, é preciso ter certeza da pessoa com quem conversa e fazer o máximo de perguntas possíveis para comprovar sua identidade. Os usuários devem ficar em alerta com mensagens ou e-mails aleatórios que pedem dados pessoais.

Outra medida é habilitar a opção Verificação em duas etapas em suas redes sociais. O caminho é o seguinte: Configurações/Ajustes > Conta > Verificação em duas etapas. Desta forma, é possível cadastrar uma senha que será solicitada periodicamente pelo aplicativo. Contudo, os golpistas já sabem burlar esse sistema por meio da técnica de clonagem.

Afonso enfatiza que instituições financeiras não solicitam dados pessoais e não fazem testes com Pix. “Os sistemas bancários são muito avançados para terem bug que dê dinheiro às pessoas”, afirmou o especialista.