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Fundado na década de 1980 pelo português Jorge Rebelo de Almeida, o grupo Vila Galé, rede hoteleira com 52 unidades espalhadas pelo Brasil, Portugal, Cuba e Espanha, é hoje o segundo maior grupo hoteleiro português e pode criar, na cidade de Goiás, sua primeira unidade no estado goiano. Em evento ocorrido na noite desta quinta-feira, 18, Rebelo, que se intitula apaixonado por prédios históricos e culturais, revelou estar em diálogo com o governo de Goiás e analisa as “oportunidades de negócios”.

Das 52 unidades do Vila Galé, que somam cerca de 10 mil quartos, 34 estão em Portugal, 13 no Brasil, quatro em Cuba e uma na Espanha. Em território brasileiro, o grupo tem hotéis no Pará, Ceará, Rio Grande do Norte, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. Até 2027, a rede prevê a abertura de nove novos empreendimentos, incluindo nos estados do Maranhão e Alagoas.

O legado da marca foi apresentado em um evento realizado no bairro Anhanguera, em Goiânia. Em entrevista ao Jornal Opção, Jorge Rebelo destacou que o grupo Vila Galé tem características próprias em relação aos seus empreendimentos. Uma delas é o foco no acolhimento familiar. “Hoje a Vila Galé é uma empresa muito voltada para as famílias e para as crianças. O nosso ‘carro forte’ são as famílias e crianças, seja no campo, na praia ou na cidade”, comentou.

O grupo, inclusive, tem hotéis exclusivos para adultos com crianças, como o Vila Galé Nep Kids, em Beja, Portugal, com 80 quartos, dos quais 64 têm capacidade para dois adultos e duas crianças.

Outra característica marcante é a aquisição de prédios históricos para revitalização, preservação e conversão em hotéis, ou ainda a construção de empreendimentos em locais com presença de patrimônios históricos. “Eu sou viciado em fazer hotéis em edifícios históricos. Em primeiro lugar, aqueles que estão abandonados. Muitos países não dão valor aos patrimônios históricos. Nós temos que manter a história viva”, afirmou Rebelo.

Um dos últimos empreendimentos do Vila Galé inaugurados no Brasil, o hotel em Ouro Preto, Minas Gerais, foi instalado em um edifício do século XVIII, sede do primeiro regimento de cavalaria de Portugal no Brasil, sendo a primeira unidade da rede no país a contar com olival e vinhedos para a produção de azeites e vinhos da marca (o grupo também produz vinhos e possui três vinícolas em Portugal).

Vila Galé Collection Ouro Preto | Foto: Vila Galé/Divulgação

A forte presença de edifícios históricos, aliás, foi um dos principais motivos que levaram Jorge Rebelo a visitar o estado de Goiás pela primeira vez, além da vontade de, segundo ele próprio, “pagar uma promessa”. “Temos muitos, mas muitos clientes goianos. E eles diziam que eu deveria vir a Goiás”.

À reportagem, o empresário revelou que a visita foi precedida por um contato do governador Ronaldo Caiado, que teria tomado conhecimento de suas intenções de investir no estado e iniciado um diálogo. Nesta sexta-feira, 19, Jorge Rebelo visita a cidade de Goiás para, segundo ele, avaliar “oportunidades de negócios”. Ele será acompanhado por representantes da Secretaria Estadual de Cultura, que também esteve presente no evento realizado em Goiânia, na noite de quinta-feira.

A cidade é conhecida tanto por seus atrativos naturais, como cachoeiras e trilhas, quanto por seu valor histórico. O município possui um conjunto tombado que conserva mais de 90% de sua arquitetura barroco-colonial original e é reconhecido como Patrimônio Cultural Mundial pela Unesco.

Apesar de ser um dos destinos turísticos mais importantes do estado, o município tem uma rede hoteleira pequena. De acordo com um relatório da Goiás Turismo de 2019, a cidade conta com apenas 20 unidades hoteleiras, enquanto Caldas Novas, Pirenópolis e Alto Paraíso de Goiás têm, respectivamente, 108, 106 e 84.

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