Secretário cancelou audiência com Sintego horas antes de prorrogar contratos temporários
18 janeiro 2017 às 12h30

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Presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás não conseguiu, até hoje, falar com titular da pasta, Marcelo da Costa

A portaria que determinou a prorrogação, por até mais um ano, de todos os contratos temporários dos servidores da Educação municipal de Goiânia surpreendeu não apenas os concursados que aguardam ser convocados, mas também o próprio Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego).
Aguardando uma audiência com o titular da pasta, Marcelo da Costa, desde que ele assumiu o cargo, a presidente do Bia de Lima afirmou ao Jornal Opção que recebeu com surpresa a decisão unilateral da Prefeitura de Goiânia.
“Estávamos a caminho da secretaria para a reunião com o professor Marcelo quando fomos avisados que ele não nos receberia. Queríamos discutir a questão de forma aberta, pois sabemos que seria necessário manter alguns temporários, só que a prioridade deve ser o concursado”, explicou.
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O encontro estava marcado para a terça-feira (17) de manhã — mesmo dia em que a Secretaria de Educação e Esporte de Goiânia informou que o secretário ainda estava “avaliando” o que fazer com os aprovados no concurso e, curiosamente, publicou no Diário Oficial do Município a portaria estendendo o prazo de validade de todos contratos de não concursados.
Bia de Lima chegou a dizer que, se não conseguir remarcar a audiência, ficará na porta do gabinete até que o titular da pasta resolva atendê-la: “Estou pensando em uma forma indelicada, não queria, pois estávamos tentando ser elegantes, resolver pelo diálogo, mas a urgência da pauta não me dá outra saída.”
Além disso, ela lembra que há um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) que foi assinado entre o Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO) e a Prefeitura de Goiânia no ano passado, no que diz respeito à convocação dos aprovados no concurso da Educação. “Não se pode desconsiderar o TAC só porque mudou a gestão”, criticou.
O concurso da Educação foi aberto em março do ano passado e homologado em setembro, durante a gestão do ex-prefeito, Paulo Garcia (PT). Entre as mais de 4,7 mil vagas abertas à época estavam: agente de apoio educacional; assistente administrativo educacional; auxiliar de atividades educativas, bem como para professores de diversas áreas.
Benefícios
Além do cronograma para o chamamento dos aprovados, o Sintego quer, também, um posicionamento da Secretaria de Educação e Esporte sobre o pagamento das progressões dos professores. Segundo Bia de Lima, o TAC assinado junto ao MPGO também previa a concessão do direito.
“A gestão passada deixou empenhados cerca de 700 mil reais para pagamento, agora mais 600 profissionais aguardam assinatura da atual gestão para as progressões, que já estão atrasadas desde 2016”, completou.