Secretário e prefeitos se reúnem nesta terça-feira (21) para discutirem resultados do estudo realizado durante um ano pela pasta

O secretário do Meio Ambiente, Recursos Hídricos, Infraestrutura, Cidades e Assuntos Metropolitanos (Secima) Vilmar Rocha (PSD) se reúne nesta terça-feira (21/2) com os prefeitos dos municípios que contam com serviços autônomos de água e esgoto para apresentar e discutir o Diagnóstico de Saneamento realizado pela pasta.

O estudo foi realizado ao longo de um ano e revela a situação da prestação de serviços de água e esgoto nos 21 municípios em que a Saneago não faz estes trabalhos. Atualmente, a estatal é responsável pelo abastecimento de água e pelo esgotamento sanitário em 225 municípios goianos, por meio de contratos de concessão ou de programa. Nos outros 21 municípios goianos os serviços são de responsabilidade das prefeituras.

A Secima iniciou, no final de 2015, um diagnóstico do setor de saneamento nestes municípios. Técnicos da secretaria percorreram todos os locais, a fim de levantar a situação atual. Foram levantadas informações de abastecimento de água, esgotamento sanitário, manejo de resíduos sólidos e drenagem urbana.

Dentre os 21 municípios, 14 têm um departamento para operacionalizar os serviços de água e esgoto e 12 deles contrataram técnicos para realizar tal tarefa. Mesmo assim, os técnicos da Secima afirmaram que muitas vezes não conseguiram obter as informações necessárias.Os técnicos também constataram em alguns casos departamentos inchados, com grande número de empregados comissionados, e até seis diretorias num único órgão, um número maior do que a Saneago dispõe para prestar serviços em 225 municípios.

O diagnóstico da Secima aponta que a maioria dos sistemas não conta com pessoal qualificado para a operação. De modo geral, os serviços são prestados com baixo profissionalismo. Nove municípios captam água para o abastecimento, mas não realizam o tratamento.

Nos casos das captações realizadas em mananciais de superfície, é um fator preocupante, pela ocorrência de poluição das águas superficiais que, mesmo sendo localizadas fora do perímetro urbano, sofrem degradação devido a lavouras, processos erosivos, falta de mata ciliar, além da presença de fezes de animais.

O investimento em melhorias operacionais é irrelevante nesses municípios, que operam sistemas antigos, com problemas de vazamentos e por vezes com equipamentos obsoletos. O percentual de ligações hidrometradas é muito baixo, pois nos municípios onde há os medidores, não é feita a reposição necessária, resultando em baixa confiabilidade na medição de água. Assim, observa-se elevado consumo de água, grande desperdício e alto percentual de perdas de água, revela o relatório.

Um dos sistemas de esgoto visitado é dotado somente de rede coletora de modo que os efluentes são lançados sem tratamento no corpo receptor e está ainda sem perspectivas de investimentos para execução da Estação de Tratamento de Esgotos (ETE). Verificou-se um sistema com uma ETE compacta metálica que foi desativada, pois fora destruída por um procedimento de manutenção equivocado. Neste caso, os efluentes são lançados sem tratamento até que seja instalada nova ETE.