“Se os decretos fossem respeitados, poderíamos fazer reaberturas”, diz secretário da Sedetec
25 maio 2020 às 14h56

COMPARTILHAR
Em 9ª reunião do Comitê de Gestão de Crise do município no enfrentamento à pandemia de Covid-19, todos 82 pedidos de reabertura de segmentos foram negados

Nesta segunda-feira, 25, o Comitê de Gestão Crise do município, que debate assuntos relacionados à pandemia de coronavírus realizou sua 9ª reunião. Estiveram presentes o secretário Walison Moreira, da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Trabalho, Ciência e Tecnologia (Sedetec), além de outros secretários de diversas pastas, o prefeito Iris Rezende, a Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) e Companhia Metropolitana de Transporte Coletivo (CMTC).
Ao Jornal Opção, o secretário Walison, da Sedetec, contou o que foi discutido durante o encontro. Foram analisados 82 pedidos de reabertura de empreendimentos de diversos segmentos, novas estratégias em relação ao escalonamento, a doação de 75 mil cestas básicas que será realizada pela Secretaria Municipal de Assistências Social (Semas), dentre outros temas.
Sobre a possibilidade de flexibilização, o titular da Sedetec informou que todos os pedidos analisados foram negados. “Para fazer qualquer tipo de flexibilização é necessário uma nota técnica favorável da autoridade sanitária, que é a Secretaria de Saúde do Município. Então se a SMS não soltar essa nota informando essa possibilidade de flexibilização, a Prefeitura fica impedida. A Procuradoria do Município alerta sobre essa necessidade de ter estudo técnico favorável”, informou.
“Apesar de os números em Goiânia e em todo Estado estarem relativamente melhores que no resto do país, a situação tem piorado. Nesse instante não temos condições favoráveis de flexibilizar mais do que o decreto estadual já flexibilizou. Ele permitiu 536 atividades econômicas. Para permitirmos mais alguma, é importante essa nota. Por mais que a prefeitura queira realizar reaberturas, por mais que as entidades representativas dos comércios e serviços também queiram, sem essa nota, juridicamente, a Prefeitura não tem como”, explicou o secretário.
Escalonamento
Em relação ao escalonamento, Walison explicou que ainda não foi possível observar os impactos positivos ou negativos da medida. “Discutimos pouco sobre isso porque começou a valer na quarta-feira da semana passada e a CMTC começou a realizar as pesquisas nos terminais a partir da última quinta-feira, 21. Foram dois dias apenas de informações para entender o que está acontecendo em relação a isso”, contou. “Mais um ou dois dias teremos informações sobre quais segmentos, quais empresas, estão descumprindo mais o decreto de escalonamento.”
Com isso, o secretário acredita que será possível agir de forma direcionada. “Como são muitos estabelecimentos, prefeitura nenhuma teria condições de fiscalizar o tempo todo todas empresas da cidade. Nós faremos um trabalho mais direcionado voltado para as pesquisas que estamos fazendo”, disse. “Nada muda. Das mudanças que faremos em relação ao escalonamento é para intensificar a fiscalização”, afirmou.
Alerta
Walison reforçou o pedido de engajamento da população e das empresas no combate à pandemia. “Estamos juntos com a Acieng, Fieg, Fecomércio e outras entidades tentando achar uma maneira para envolver mais a sociedade no combate à pandemia. Decreto por decreto não vai fazer o que estamos planejando, que é uma retomada responsável das atividades e ter a menor quantidade de óbitos possível”, falou.
“Nosso apelo é às empresas e pessoas, para respeitarem os decretos municipais e do Estado. Se fossem respeitados, poderíamos fazer as reaberturas de forma programada que seria mantido o isolamento e as regras. Com uma porcentagem muito grande de pessoas na rua que não deveria, isso tira da Secretaria de Saúde a possibilidade de fazer flexibilização. Não tem cenário, não tem condições epidemiológicas favoráveis para uma flexibilização”, alertou.