Se denunciado novamente, Temer pode ter dificuldade para evitar investigação
10 setembro 2017 às 17h36

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Deputado goiano aposta que, mesmo após erros da PGR, situação do presidente não está tão garantida na Câmara

Com a anulação dos termos da delação da JBS se avizinhando, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, trabalha para concluir a nova denúncia que deve apresentar nesta semana contra o presidente Michel Temer (PMDB).
Apesar de ter que escrever um novo texto, eliminando qualquer indício de ligação com as acusações feitas pelos irmãos Joesley e Wesley Batista, bem como de diretores do gigantesco império da carne, Janot aposta na delação premiada do doleiro Lúcio Funaro (homologada pelo relator da Lava Jato, Edson Fachin).
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A expectativa é que, como a primeira, a nova denúncia contra o peemedebista deva ser arquivada com facilidade na Câmara. No entanto, o deputado federal Fábio Sousa (PSDB-GO) fez um alerta durante entrevista ao Jornal Opção: a situação pode não ser tão simples assim.
Segundo ele, Funaro teria um vasto dossiê contra o PMDB e, em especial, contra o presidente da República. “Não se pode desprezar tão rapidamente assim… Depende muito do que será trazido à tona, se tiver provas, não tenho dúvida de que a situação pode esquentar”, opinou.
Outro ponto levantado pelo goiano é a pressão popular, que pode ser diferencial no novo processo. “Quanto mais próximo chegamos da eleição de 2018, mais difícil fica de votar a favor de um presidente acusado de corrupção e tão impopular. A verdade é que nada está definido na história de Temer”, arrematou.
O próprio ministro Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), pode sobrestar o processo, uma vez que já houve a primeira negativa do Congresso. Se assim for, Temer só pode ser julgado após deixar o cargo.