Em colapso, a saúde municipal de Goiânia respira com a ajuda de aparelhos há meses. E, conforme a gestão Rogério Cruz (Solidariedade) chega ao fim, os equipamentos que ainda mantém a pasta parecem estar apresentando defeitos.

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A “falha”, inclusive, causou a morte de Severino Santos, Katiane Silva e Janaína de Jesus, que morreram na última semana enquanto aguardavam vagas para Unidade de Terapia Intensiva (UTI), em Goiânia. As famílias chegaram a entrar na Justiça para conseguir atendimento adequado, mas o serviço público municipal de saúde não forneceu a tempo.

A morte dos pacientes, no entanto, é apenas uma faísca em um incêndio que dura anos. Cruz, em quatro anos de gestão, acumulou dívidas milionárias com hospitais como a Santa Casa e as três maternidades públicas da capital, administradas pela Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (Fundahc/UFG).

A inadimplência fez com que os atendimentos nas unidades citadas e em outros estabelecimentos de saúde fossem suspendidos por vezes, impossibilitando o acesso da população à saúde básica. Além das polêmicas com a má gestão, Cruz ainda colocou à frente da pasta nomes que provaram ser ineficientes.

O secretário de saúde Wilson Pollara, que tomou posse do cargo em setembro de 2023, substituindo Durval Pedroso, falou muito e pouco fez. Conhecido por ter administrado a saúde pública de São Paulo durante a gestão João Doria, o médico decepcionou os goianos.

Agora, em meio a crise na área e a derrota vergonhosa de Cruz nas eleições municipais de 2024, Wilson sumiu. Pouco se fala no secretário, que ainda se recusa a conceder entrevista para a imprensa. O Jornal Opção, por exemplo, já procurou diversas vezes o médico por ligação e mensagem, mas apenas notas “chochas” são enviadas por meio da assessoria da pasta.

Uma coisa, porém, é certa. Sandro Mabel (UB) terá muito trabalho pela frente para colocar no eixo o que foi tirado dos trilhos em quatro anos de gestão. No entanto, não basta apenas culpar Cruz. Por mais que a saúde se agravou durante a gestão do atual prefeito, o problema é ainda mais antigo.