A prisão do ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL), realizada pela Polícia Federal na manhã deste sábado, 22, causou grande repercussão nas redes sociais e no meio político goiano. Alguns aliados partidários se manifestaram com indignação e citaram “sarcasmo” pelo fato da prisão ter ocorrido no mesmo número do partido do ex-presidente. Oposição também se manifestou, comemorando a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Pela rede social X, o deputado estadual Eduardo Prado (PL) fez uma crítica ao sistema judiciário brasileiro, onde questionou as vezes que foram negados pedidos de prisões preventivas de “estuprador, assaltante, traficante”, conforme pontuou na publicação. Afirmou ainda que a prisão de Bolsonaro foi “armada”.

Ainda pelas redes sociais, o vereador Major Vitor Hugo (PL), disse que o sábado amanheceu “com cheiro de injustiça.” e que o “Brasil não merece isso”, referindo-se ao fato do ex-presidente ter sido levado para a superintendência da Polícia Federal, em Brasília.

Ao Jornal Opção, o vereador por Goiânia, Willian Veloso (PL), pontuou que a prisão do ex-presidente já era esperada, mas afirmou que o ministro Alexandre de Moraes atuou com sarcasmo ao decretá-la no dia 22, concidentemente – ou não – o número do Partido Liberal.

“Infelizmente, esperávamos por isso. Agora, da forma que foi feita, do sarcasmo que aconteceu isso, essa data 22, a gente sabe que é o número do partido, que é o número do Bolsonaro na eleição. É uma desculpa que demonstra o processo de ditadura que nós estamos enfrentando no país. Só não enxerga quem não quer”, afirma.

Willian fez duras críticas ao judiciário e afirmou que todas as decisões tomadas até o momento teria um único objetivo: matar o ex-presidente. “Ninguém aceita, por parte deles, todos os laudos médicos que indicam a quantidade de problemas de saúde que o ex-presidente está enfrentando. Uma facada que nunca foi investigada e que levou ele a ter esses problemas de saúde. E o mínimo teria que ser continuar uma prisão domiciliar. Mas eles querem acabar mesmo. Na verdade, eles querem matar o presidente”, pontua.

Willian comentou a decisão de Alexandre de Moraes, onde determinou que Bolsonaro seja assistido por um médico de maneira integral na cadeia. Para ele, isso é “longe de ser suficiente”. “Até porque já existem previsões legais que determinam, na situação que está o presidente, através dos números laudos, ele não deveria ficar em prisão comum. Ele teria que ficar em uma prisão especial. Não estou nem falando pelo fato de ele ter sido um militar e ex-presidente da República. Isso tudo somado não deixa dúvida nenhuma que é impraticável esse tipo de ato de colocar ele em uma prisão comum. Inclusive o risco. Nós sabemos que estamos em um país onde você tem dois lados. Então, o risco eminente de acontecer alguma coisa dentro da prisão é muito grande”, pontua.

Vale ressaltar que Bolsonaro encontra-se em uma sala especial de 12 m² na Superintendência da Polícia Federal (PF) no Distrito Federal. O espaço foi recentemente reformado, conta com banheiro privativo, cama, escrivaninha, televisão, frigobar e ar-condicionado — estrutura semelhante à que abrigou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva quando esteve detido na PF em Curitiba.

O deputado federal Gustavo Gayer (PL) publicou um vídeo no X, com tom dramático, onde questionou se o fato de se fazer uma vigília de oração seria “crime”. Ele rechaçou o argumento de que Bolsonaro tinha objetivo de fugir tendo em vista que há “policiais no quintal da casa dele” e afirmou que a prisão foi feita no sábado para evitar mobilização contra a decisão.

“Pegar um cara de idade, um senhor de idade doente, que tinha que estar, na verdade, sendo tratado no hospital, e levar ele para um presídio, no dia 22. Assim como foi dada aquela multa de R$ 22 milhões, quando o PL pediu para que fosse feita uma vistoria, uma análise sobre as urnas e as votações, a mesma coisa acontece agora. Ele espera o dia 22, num sábado, quando não tem políticos, quando não tem ninguém em Brasília, para evitar a mobilização, e manda prender Bolsonaro”, pontuou.

Gayer pontuou que vai a Brasília e afirmou que o Brasil “vai parar se for preciso” para tirar o presidente da cadeia. “Presidente, hoje está sendo um dia muito ruim e terrível para o Brasil, mas não vamos desistir. Não desista. Você não vai ficar aí muito tempo. Nós vamos mobilizar essa nação. Nós vamos botar o povo nas ruas. O Brasil vai parar se for preciso. Mas isso não vai ser aceito assim. Nós não vamos ficar quietos enquanto essa injustiça é feita. Vamos todos entrar em oração agora. Eu peço para que todos orem. Orem bastante, para a gente poder resgatar essa nação.”

“Grande Dia”

A deputada Adriana Accorsi (PT) publicou no X que “a justiça alcançou quem atacou a democracia, espalhou ódio e tentou um golpe contra o povo brasileiro.” Destacou ainda que a prisão de Bolsonaro mostra que “ninguém está acima da lei.”

O vereador Fabrício Rosa (PT) classificou este sábado como “Grande Dia”, com um vídeo compilado de falas de Bolsonaro, assim como o deputado estadual Mauro Rubem (PT).

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