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Segundo a investigação, a empresa Oliveira & Santana, que mantinha os trabalhadores em condição análoga à escravidão, possuía contratos com vinícolas famosas da região, entre elas a Salton, Aurora e Cooperativa Garibaldi, em que fornecia mão de obra para a colheita de uva.

As três empresas alegam que não tinham conhecimento das irregularidades praticadas pela terceirizada com a qual tinham parceria. O Ministério do Trabalho e Emprego, entretanto, já avisou que elas podem ser responsabilizadas pelo pagamento dos direitos trabalhistas caso estes não sejam quitados pela terceirizada.

A operação foi realizada a partir de denúncia feita por três trabalhadores, que conseguiram fugir do local em que eram mantidos presos. Eles contam que foram “contratados” pela empresa Oliveira & Santana sob a promessa de receber salários superiores a R$ 3 mil na colheita da uva, com direito a acomodação e alimentação.

A realidade no dia a dia de trabalho, entretanto, era outra: alojamento totalmente insalubre, atrasos no pagamento de salários, jornadas exaustivas, violência física, alimentação inadequada e até mesmo cárcere privado.

O proprietário da empresa, que tem 45 anos, foi preso e encaminhado ao Sistema Penitenciário do Rio Grande do Sul. De acordo com a revista Fórum, o Ministério Público do Trabalho (MPT) concluiu a coleta de depoimentos na quinta-feira, 23, e que agora trabalha para regularizar as verbas rescisórias e indenização às pessoas que estavam em situação análoga à escravidão.

Cerca de 200 trabalhadores aliciados na Bahia para a safra da uva no Rio Grande do Sul foram resgatados de situação análoga à escravidão em operação conjunta da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Polícia Federal (PF) e Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) em Bento Gonçalves, na Serra Gaúcha.

A operação na noite de quarta-feira, 22, mostra que a empresa Oliveira & Santana mantinha o trabalho escravo e possuía contratos com vinícolas famosas da região, entre elas a Salton, Aurora e Cooperativa Garibaldi, em que fornecia mão de obra para a colheita de uva.

Em 2020, a diretora-executiva da centenária vinícola que leva seu sobrenome, Luciana Salton, falou à revista Veja que sobrenome não garante emprego e suas condições de vida e de trabalho foram resultado de meritocracia.

*com informações Revista Fórum e G1