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O Conselho Atlântico de Estratégia e Segurança realizou, pela terceira vez em 2025, uma pesquisa com a participação de 4000 pessoas de diversos segmentos, espalhadas por todo o planeta e perguntou-lhes: “Como você espera que o mundo esteja daqui há dez anos?”

A maioria dos entrevistados foi positiva em relação aos assuntos que preocupam a humanidade, neste momento, como a inteligência artificial e o aquecimento global.

Mais da metade dos entrevistados postula que a IA vai ajudar e não atrapalhar o desenvolvimento do ser humano e da sociedade.

Sobre o aquecimento global, 58% dos entrevistados acreditam que, em uma década, haverá um consenso entre as nações sobre o tema que é considerado a maior ameaça global.

O pessimismo sobre o fim dos governos democráticos figura entre as preocupações entre os quatro mil entrevistados.

A multipolarização de ideias que impedem a tomada de decisões práticas e a falta de instituições multilaterais e independentes que possam interromper conflitos como na Ucrânia e na Faixa de Gaza estão no rol de preocupações.

Aflição em relação a um conflito mundial

Mas o que maios aflige os entrevistados, quase 70%, é a possibilidade do início de um conflito global entra as grandes potências e em múltiplos fronts, a partir do ano que vem. O tema abordado pelos 4 mil entrevistados chamou a atenção porque uma guerra mundial não estava entre os itens questionados pela pesquisa.

Se deflagrada, a Terceira Guerra Mundial será marcada pelo uso de bombas atômicas. O conflito deverá chegar ao espaço. Noutras palavras, a nova batalha pode significar o fim da humanidade? Talvez.

Vladimir Putin, russo, e Volodymyr Zelensky, ucraniano: a guerra entre a Rússia e Ucrânia pode ser a “preliminar” da Terceira Guerra Mundial | Foto: Reprodução

Um diplomata americano chegou a dizer, recentemente, que os próximos três anos será um período perigoso. Porque será marcado por tensão total e de grande possibilidade de um conflito militar planetário.

Há pouco tempo, líderes e intelectuais mundiais vêm dissertando sobre a possibilidade de uma Terceira Guerra Mundial. Eles profetizam — com base na realidade, e não em teorias conspiratórias — por onde ela deverá passar. Dão como exemplo o estreito de Taiwan, a península coreana, o mar do sul da China, o Irã e seus asseclas como Líbano, Qatar, Síria e a Faixa de Gaza.

Indo mais longe, há os que afirmam que a China, a Rússia, a Coreia do Norte e o Irã são o novo “eixo do mal”. Os três primeiros já têm a bomba atômica. O quarto já lida com urânio.

As experiências do passado servem como guia para o futuro. O mundo vive, neste momento, um período de mudança e turbulência e há muita semelhança entre situação atual, que é de tensão absoluta, e que já se vivenciou às vésperas do início dos dois conflitos mundiais.

Problemas domésticos estão pipocando entre os países desenvolvidos e atingem diretamente a economia global — que já diminuiu a marcha nos quatro cantos do mundo. A crise se espalha como uma epidemia.

As nações que detêm o poder hegemônico estão obcecadas em preservar a supremacia na competitividade. Por isso conflitos regionais já aparecem em espiral de total descontrole — aumentando de um conflito entre blocos.

Populismo, protecionismo, ideologias da extrema direita e esquerda em rota de colisão. Este é cenário para o início de uma guerra mundial — que espera apenas o ato final de quem vai apertar primeiro o botão vermelho. A espécie humana vai se autodestruir? É uma possibilidade.

A confiança mútua entre as grandes potências já ruiu há tempos. Agora, é cada um por si e a boa vontade contra todos.

Tudo isso acabou criando um clima de incerteza e instabilidade por todo o planeta que minou a eficácia e manutenção do sistema internacional de poder que mantinha cada qual em seu lugar.

A desarticulação da ordem mundial começou (ou aprofundou-se) no dia 22 de fevereiro de 2022, quando a Rússia invadiu a Ucrânia. No futuro, historiadores dirão, por certo, que foi neste dia que a Terceira Guerra Mundial começou.

Participar ativamente de um conflito vai muito além do envio de tropas para o campo de batalha. Armar e financiar um dos lados é também uma participação ativa numa guerra.

Afinal, foi o ataque dos japoneses a Pearl Harbor que arrastou os Estados Unidos para a Segunda Guerra Mundial.

Na conjuntura, a de setembro de 2025, o fato volta a se repetir (a História sempre se repete, como tragédia e farsa, diria Marx) quando os EUA e a Tratado do Atlântico Norte (Otan) passaram a enviar bilhões de dólares a Ucrânia se armar e aplicaram uma série de sanções econômicas contra a Rússia de Vladimir Putin.

Ações que colocaram os dois atores diretamente no conflito atual. Na prática, as maiores potências econômicas e bélicas do planeta já estão em conflito direto a partir da Ucrânia. Portanto, o mundo já está vivendo a Terceira Guerra Mundial. Só faltou dizer para os 8,1 bilhões pessoas que habitam o planeta Terra.