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Eventos trágicos que atravessam gerações, mortes violentas, prédios e casas abandonadas, espectros que vagueiam por cemitérios, ruas vazias, vozes inexplicáveis, energias inquietantes, sombras do passado, eventos paranormais… Seria tudo isso mais fruto da imaginação do homem? Casos sobrenaturais e fenômenos que a ciência não consegue explicar acabam virando lendas que se espalham rapidamente e que marcam para sempre lugares que ganham a fama de mal-assombrados e criam ambientes onde o medo e a curiosidade se misturam. A prosa do escritor Edgar Allan Poe (1809-1849) se alimentava dessas histórias.

Em Goiânia, não poderia ser diferente. Considerada uma cidade jovem e moderna, a capital de Goiás tem histórias de arrepiar. Algumas são tão impressionantes que se Stephen King soubesse, certamente faria parte de suas histórias horripilantes. H. P. Lovecraft (1890-1937) ficaria entusiasmado.

Patherson Center foto elevador
Parthenon Center: cadê o botão do oitavo andar? | Foto: Reprodução

Nosso circuito pela Goiânia mal-assombrada começa no centro da cidade. No início da década de 1970, o setor central — onde estavam os bancos, escritórios, consultórios e hotéis — enfrentava superlotação de carros e ônibus nas ruas, que disputavam espaço com os pedestres. Surgiu então a proposta da criação de um edifício-garagem: o Parthenon Center.

O local escolhido para erguer o prédio foi a Rua 4, na época (e ainda hoje) uma das vias mais importantes do Centro de Goiânia.

Em 1974, há 51 anos, demoliram o antigo mercado central — que ocupava um quarteirão inteiro e iniciaram as obras que duraram dois anos.

Em 1976, no estilo moderno brutalista, o edifício-garagem, com caráter de estacionamento verticalizado e moderno, foi uma inovação na cidade. No Brasil daquela época, edifício-garagem só havia em São Paulo.

Obra do arquiteto Antônio Lúcio Ferrari Pinheiro, o Parthenon Center, prédio-icônico, é um marco do modernismo brasileiro encravado no Centro de Goiânia.

Além dos seis andares que funcionam como garagem, foi erguido sobre o estacionamento vertical um edifício de 15 andares com salas para escritórios.

No Parthenon goiano ainda funcionam duas galerias de arte, um centro cultural, além de ter sido a casa da Orquestra Sinfônica de Goiânia.

No próximo ano, o Parthenon Center completa 50 anos, ainda imponente e referência da cidade para alguns. Dada a sua importância arquitetônica, a data deveria ser de comemoração, mas o tempo passou, o Centro da cidade foi praticamente abandonado — apesar do comércio ainda ser intenso, com seu camelódromo e lojas que vendem produtos fabricados na China — e as novas gerações sequer sabem que entre as ruas 4, 17, 7 e 6 existe um prédio que é referência mundial do estilo brutalista moderno.

Mas pergunte a essa mesma geração de goianienses que desconhece o local onde mora se já ouviu falar de um local no Centro tão assombrado que dá medo até mesmo de passar na calçada. Um lugar sombrio, onde vozes ecoam pelos corredores e supostamente podem ser ouvidas em outros quarteirões.

Ali, segundo um experiente vereador, a temperatura é mais fria e arrepia a espinha. Dizem que o prédio é amaldiçoado — frise: trata-se de um mito — porque foi o palco de tragédias. Quase todas teriam acontecido no mesmo andar. Motivo que o levou a ser bloqueado.

Lá, os ditos fantasmas não permitem a presença de humanos, sustenta o vereador (que, por receio dos supostos espectros, pediu a omissão de seu nome).

No elevador do Parthenon Center, o botão do oitavo andar não existe. Do sétimo vai para o nono andar. O vereador insiste: “O oitavo pavimento é assombrado há décadas e foi fechado com grades e cadeados para evitar a presença de curiosos e que outras tragédias pudessem acontecer a partir dali, onde, segundo a lenda, o mal habita”.

Parthenon Center | Foto: Guilherme Alves/ Jornal Opção

As histórias de terror do Parthenon Center começaram logo depois de sua inauguração quando um casal morreu dentro de um carro que despencou do último andar de garagens. Logo em seguida, um homem se jogou do oitavo andar, pavimento que fica acima das garagens.

Anos depois, a mulher do dono do empreendimento também se jogou do mesmo andar. Em 2017, um homem conseguiu entrar no pavimento bloqueado e se jogou, caindo em um carro. Neste mesmo andar, no início dos anos 1980, dois homens se mataram atirando um no outro. O vereador assinala que o duelo teria sido mediado por um fantasma: “Ouvi isto, mas nem sei se acredito. Mas, quando andava pelo prédio, eu sempre me benzia, pois sentia calafrios ao passar pela região do oito andar”.

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Parthenon Center: edifício moderno que ainda se destaca no Centro de Goiânia | Foto: Reprodução

Foi a partir daí que resolveram fechar o oitavo andar do Parthenon Center. O vereador relata que ouviu dizer que “os fantasmas conversam a noite inteira por lá”. “Uma vez, desci no elevador com uma pessoa, inteiramente calada, e, quando o elevador chegou ao térreo, não havia ninguém, só eu. Quase não dormi a noite.”

Você se arriscaria a visitar um dos prédios mais mal-assombrados de Goiânia? O que há de tão assustador no oitavo andar desse prédio? Qual a sua opinião? O Jornal Opção está curioso para saber o que você pensa sobre o Parthenon Center.

Na sexta-feira, 29, vamos contar a história de um outro lugar assustador, também no centro da capital. Ah, confesse: você ficou arrepiado com a história contada pelo vereador.