Saiba o que é a Síndrome de Burn On, prima do Burnout
29 abril 2024 às 10h22
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Síndrome de Burnout, ou Síndrome do Esgotamento Profissional, é um disturbio emocional com sintomas de exaustão extrema, estresse e esgotamento físico resultante de situações de trabalho desgastante. Já o Burn On, termo cunhado pelos psicólogos alemães Timo Schiele e Bert Te Wildt e descrito pela primeira vez em 2021, é caracterizado por uma depressão mascarada, uma exaustão depressiva crônica.
“Ser permanentemente estressado e exausto há muito tempo faz parte da boa educação. O esgotamento ocupado tornou-se a temperatura operacional geral”, explica os psicólogos no livro Burn On (Immer Kurz Vorm Burn Out). Enquanto o Burnout é amplamente reconhecido, o Burn On frequentemente passa despercebido, minando gradualmente a energia vital das pessoas.
Os autores, Bert te Wildt e Timo Schiele, delineiam as causas e consequências do Burn On, oferecendo também conselhos práticos para aqueles afetados e apelando para uma conscientização social urgente sobre essa questão. Eles enfatizam a importância de superar atitudes prejudiciais, cuidar melhor de si mesmo e buscar um equilíbrio entre trabalho e vida pessoal para prevenir e tratar essa condição debilitante.
A síndrome, apesar do alto sofrimento provocado, não leva mais ao colapso, mas sim a consequências emocionais e físicas graves. Os principais sintomas do Burn On incluem uma prevalência de depressão e uma dedicação quase exclusiva ao trabalho, com um claro abandono da vida pessoal. Sentimentos de culpa e vergonha são comuns, e os afetados frequentemente não percebem a conexão desses sintomas com o ambiente de trabalho.
Segundo os especialistas, o Burn On decorre de uma carga de trabalho excessiva, muitas vezes acompanhada de horas extras e de um alto nível de responsabilidade, especialmente em profissões que demandam cuidado constante com outros, como na área de saúde.
Diagnóstico e tratamento
Para combater o Burn On, é crucial que a pessoa afetada reconheça os sinais e implemente limites saudáveis no trabalho, além de buscar suporte psicológico. O psicoterapeuta Bert te Wildt sugere a criação de “santuários” pessoais, espaços protegidos das demandas profissionais, para restaurar o equilíbrio emocional e mental.
Identificar o Burn On em suas fases iniciais é fundamental para evitar o agravamento dos sintomas, e o suporte contínuo, tanto no ambiente de trabalho quanto pessoal, pode atuar como uma rede eficaz na prevenção e tratamento dessa síndrome ainda pouco conhecida. A conscientização sobre a Síndrome é essencial para promover um ambiente de trabalho mais saudável e prevenir doenças mentais graves que podem afetar não apenas a carreira, mas também a vida pessoal dos profissionais.
Psicólogos alemães
O professor Bert te Wildt é chefe do departamento de Psicossomática no Hospital do Mosteiro Dießen am Ammersee. Ele já atuou como diretor da clínica ambulatorial no Hospital Universitário LWL para Medicina Psicossomática e Psicoterapia da Universidade Ruhr, em Bochum. Seus principais interesses clínicos e científicos estão nas áreas de vícios comportamentais, como dependência da internet, e no uso de tecnologias digitais na psicoterapia. Em 2015, seu livro “Digital Junkies: Dependência da Internet e suas Consequências para Nós e Nossos Filhos” foi publicado pela Editora Droemer.
Timo Schiele é psicólogo líder do departamento de Psicossomática no Hospital do Mosteiro Dießen am Ammersee. Anteriormente, trabalhou no Instituto Max Planck de Psiquiatria, em Munique, e em uma clínica psicossomática no Lago Starnberger. Mais recentemente, ele trabalhou na clínica psicossomática diurna em Munique, com foco no tratamento de depressão e distúrbios alimentares. Desde 2018, ele atua como instrutor na formação de psicoterapeutas psicológicos na terapia cognitivo-comportamental.
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