Rubens Otoni diz que ajuste fiscal deve ser aprovado nesta quarta-feira (6/5) com apoio do PMDB
06 maio 2015 às 17h06
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Petista é otimista, mesmo após declaração do líder do PMDB de que sigla não apoiaria medidas do governo federal — entre elas endurecimento do seguro desemprego
O discurso do ex-presidente Lula na última terça-feira (5/5), criticando o projeto de terceirização aprovado na Câmara Federal, foi motivo de mais uma desavença entre PT e PMDB. O líder peemedebista Leonardo Picciani (RJ) logo anunciou no plenário que a legenda não iria apoiar a Medida Provisória do seguro-desemprego, adiando votação para esta quarta-feira (6). A MP faz parte do pacote de ajuste fiscal divulgado pela presidente Dilma Rousseff no fim de 2014.
O deputado federal goiano, Rubens Otoni, afirmou em entrevista ao Jornal Opção Online que o projeto com as emendas deve ser votado e aprovado nesta quarta-feira com o apoio tanto do PT quanto do PMDB. Conforme o petista, uma comissão com ambos os partidos foi formada para a elaboração de emendas que contemplasse o desejo da maioria. “O ajuste busca apenas adequações que possibilitem uma folga nas finanças do governo”, disse o parlamentar.
A Medida Provisória 665/14 muda as regras de concessão do seguro-desemprego e do abono salarial. O questionamento do líder do PMDB foi justamente pelas críticas de Lula ao projeto de terceirização, enquanto o governo tenta passar pacote que endurece o acesso ao seguro por parte dos trabalhadores.
Picciani disse que o PT “posa” de defensor dos trabalhadores, mas pede apoio da base no momento de restringir direitos previdenciários. “Não votaremos a MP até que o PT nos explique o que quer e, se for o caso, feche questão na votação dos ajustes fiscais. Se não for assim, se há dúvida de que o País precisa do remédio amargo, não vamos empurrar essa conta ao trabalhador”, afirmou.
Rubens Otoni sustenta que o projeto do governo petista não tira direito dos trabalhadores, mas sim evita fraude do seguro-desemprego. Conforme o deputado goiano, às vezes pessoas rescindem do contrato para ganhar o seguro e continua trabalhando “por fora” para ter um salário maior. “A intenção não é tirar o direito do trabalhador, e sim dar o seguro para quem precisa”, disse Rubens.
O deputado ainda diz que posições diferentes entre PMDB e PT não impede as legendas de estarem juntas defendendo projetos maiores. Petista garante que aliança continua, e siglas irão trabalhar juntas.
O presidente do PT em Goiás, Ceser Donisete, tem a mesma justificativa para o projeto que o deputado. Conforme Ceser, enquanto o projeto de terceirização é um problema, o reajuste visa apenas evitar que pessoas busquem ser demitidas para a obtenção o seguro. “O trabalhador fica três meses trabalhando e três meses com seguro. Isso é um estímulo para a pessoa sair e voltar”, sustentou, ao frisar que não é retirado direito dos trabalhadores.