Roni Lessa, acusado de ser autor dos disparos contra Marielle Franco, fecha delação premiada

21 janeiro 2024 às 16h04

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O policial militar reformado Ronnie Lessa, acusado de assassinar a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes a tiros em 2018, fez um acordo de delação com a Polícia Federal (PF). A informação foi adiantada pelo colunista do O Globo Launo Jardim.
A colaboração, segundo o colunista, ainda precisa da homologação do Superio Tribunal de Justiça (STJ) e pode encerrar o caso. É que Élcio Queiroz, que dirigiu o carro utilizado na ação, também fez delação.
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À época, ele foi convencido a fazer uma delação premiada após desconfiar de uma delação de Lessa. Os dois estão presos desde 2019 e vão a júri popular pelas execuções. Élcio confessou sua participação no crime e disse que Ronnie Lessa matou Marielle e deu outros detalhes do atentado.
O ex-PM Élcio Queiroz afirmou em delação premiada que o sargento da Polícia Militar Edimilson Oliveira da Silva, conhecido como Macalé e executado em 2021, foi quem apresentou o mandante da morte de Marielle a Ronnie Lessa. Macalé foi executado na Avenida Santa Cruz, em Bangu, Zona Oeste do Rio. Ainda de acordo com Élcio, além de apresentar o “trabalho” para Ronnie, Macalé também ajudou Lessa a desvendar a rotina da vereadora, seguindo e monitorando Marielle meses antes do crime que aconteceu em março de 2018.
Queima de arquivo
Desde a morte da vereadora carioca Marielle Franco, ao menos cinco investigados de participação no crime foram assassinados. Uma das vítimas foi o PM aposentado Edmilson da Silva Oliveira, conhecido como Macalé, que foi morto em Bangu, em 6 de novembro de 2021. Ele é apontado como intermediário entre o mandante e os executores do assassinato de Marielle e Anderson Gomes.

Ex-capitão do Bope, Adriano da Nóbrega chegou a prestar depoimento em 2018, embora tenha negado a participação no crime. De acordo com a polícia, ele teria informações sobre o assassinato. Em fevereiro de 2020, depois de ficar foragido e fugir para a Bahia, ele foi encontrado e num confronto com a polícia ele acabou morto.
Luiz Carlos Felipe Martins, conhecido como Orelha, era um sargento da Polícia Militar do Rio de Janeiro que teria ficado responsável por cuidar do Escritório do Crime, grupo liderado por Nóbrega antes da sua morte. Luiz foi morto em Realengo, no dia 20 de março de 2021.
Hélio de Paulo Ferreira, o senhor das armas, era mecânico e ficou conhecido por consertar armas e viaturas policiais da região do Jacarepaguá. Ele chegou a ser investigado pelo crime e prestou depoimento à Polícia Civil em 2018. No entanto, ele foi assassinado em fevereiro do ano passado.
O suspeito de clonar o carro e fornecer os documentos do veículo utilizados no crime, Lucas do Prado Nascimento, também foi um dos mortos durante as investigações.
Relembre o caso
O assassinato de Marielle e Anderson ocorreu em 14 março do ano de 2018. Ambos sofreram uma emboscada no centro do Rio. Tudo aconteceu quando um carro emparelhou ao veículo em que a vereadora estava e começou a disparar contra os integrantes que estavam no interior do veículo.
Quatro disparos atingiram a cabeça de Marielle e outros três as costas de Anderson, o motorista. Uma terceira pessoa, assessora de Marielle, também estava no veículo no entanto foi ferida apenas por estilhaços.
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