Caso haja o desfecho com a Eletrobras, o democrata critica o suposto uso da máquina pública tanto pela presidente Dilma Rousseff como pelo governador Marconi Perillo 

Ronaldo Caiado em artigo: "O uso de carros oficiais é rotineiro e não tem a relevância econômica de alguns outros episódios que assistimos, como por exemplo o caso da federalização da companhia de energia de Goiás, a Celg, que poderá ser efetivada no final do mandato presidencial e estadual de duas autoridades públicas que buscam a reeleição" | Foto: Fernando Leite/Jornal Opção
Ronaldo Caiado em artigo: “O uso de carros oficiais é rotineiro e não tem a relevância econômica de alguns outros episódios que assistimos, como por exemplo o caso da federalização da companhia de energia de Goiás, a Celg, que poderá ser efetivada no final do mandato presidencial e estadual de duas autoridades públicas que buscam a reeleição” | Foto: Fernando Leite/Jornal Opção

Em artigo de opinião publicado nesta segunda-feira (4/8) no jornal “Folha de São Paulo”, o deputado federal por Goiás e candidato ao Senado Ronaldo Caiado (DEM) critica a já acertada federalização da Celg por meio da transferência de 51% das ações à Eletrobras, processo este que demonstra estar em vias de se concretizar depois de três anos de impasses. O democrata abre o texto criticando o uso de carros oficiais por políticos –– o que, segundo diz, é errado, mas mesmo sendo rotineiro, “não tem a relevância econômica“ do assunto que passaria a abordar.

O foco do artigo do senatoriável é a promessa de que irá recorrer na Justiça contra a federalização da fornecedora goiana, apontando que a conclusão do processo em ano eleitoral favorece tanto a presidente candidata Dilma Rousseff (PT) como o governador Marconi Perillo (PSDB), que também busca reeleger-se. “Pedirei explicações ao Ministério de Minas e Energia sobre a condução dos entendimentos, o seu desfecho neste momento eleitoral e vou recorrer à Justiça se essa federalização realmente ocorrer, sempre em defesa do Estado de Goiás”, registrou.

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Adiante, o democrata afirma que, “no apagar” dos respectivos mandatos, a petista e o tucano “tentam acertar a compra e a venda da Celg por R$ 400 milhões, apesar de um estudo da Universidade Federal de Goiás, de 2011, que estimava o valor da empresa na ordem de R$ 6,5 bilhões”.

Classificando a transação neste momento como “disparate”, Ronaldo Caiado sustenta que em 2010, ano eleitoral no qual Marconi se elegeu pela terceira vez governador, o tucano divulgou uma carta como presidente do Senado “criticando exatamente o governo anterior por negociar a Celg”.

“Por que os dois representantes da União e do Estado não se entenderam ao longo de três anos e meio? Por que realizar esse negócio às vésperas das eleições?”, indaga Caiado, respondendo em seguida que foi “para reforçar o caixa de um governo estadual que, por ineficiência administrativa, vem pedindo empréstimos a outros poderes locais, aliás negados?”.

Na sequência o senatoriável, que concorre na chapa encabeçada por Iris Rezende (PMDB) –– do qual durante anos também se posicionou contrário e cuja união fomentou debate e críticas de incoerência política –– afirma que a federalização da Celg da forma que pode se dar é um dos motivos que o leva a ser favorável ao fim da reeleição para cargos executivos.