Passagem obrigatória de caminhões carregados com materiais e suprimentos durante a construção de Brasília, a ponte João José de Campos Curado, conhecida como Ponte Velha, em Corumbá, pode ser reconstruída e remodelada. O prefeito, Francisco Alessandro Fernandes (PL, diz que a ponte apresenta riscos à população e quer uma construção que melhore a infraestrutura, mas preserve o valor histórico da edificação.

Por outro lado, a Associação de Cultura e Defesa do Patrimônio Histórico de Corumbá de Goiás quer que seja feita a restauração da ponte original, preservando seu valor histórico e cultural. O impasse sobre o futuro da Ponte Velha tem movimentado moradores, autoridades e entidades da cidade histórica do interior goiano.

Desabamento

Parte da estrutura da ponte desabou em 2024 após chuvas na região. O engenheiro do município, João Neto, explica que por ser uma ponte de madeira e possuir muitos pilares, isso aumenta a ancoragem de detritos, o que aumenta os riscos de novos desabamentos. “Foi feita uma estrutura paliativa após ela ceder no ano passado, pois é uma estrutura que liga um bairro ao centro da cidade. Apesar disso, ela apresenta alguns vícios e logo mais será interditada novamente”, explica.

O projeto de construção de uma nova estrutura já está em avaliação pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), mesmo que o bem não seja tombado. O estudo foi realizado por um engenheiro especializado e que teve como modelo a construção da Ponte do Carmo, em Pirenópolis. “Na situação que ela se encontra, não é acessível fazer uma restauração. É uma ponte que a cada ano que passa, a água passa por cima dela durante as cheias do rio e acaba influenciando a estrutura”, argumenta.  

Imagem mostra ponte coberta por água após cheia do rio | Foto: Reprodução

Segundo o prefeito, a proposta é construir uma nova ponte de uma nova ponte de concreto armado, mais larga, alta e extensão, com revestimento de madeira no piso e assoalho — numa tentativa de manter parte do aspecto original. O novo projeto também reduziria o número de pilastras de sustentação, o que, segundo o Executivo, diminuiria o acúmulo de detritos e o impacto de enchentes.

“Quero fazer como foi feito em Pirenópolis e Goiás Velho, com estrutura mista de madeira e cimento, sem risco de desabamento. Essa restauração, se for feita, pode ser que a ponte não resista, segundo nossos engenheiros. A essência da história será mantida”, completou o prefeito.

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