“Repugnante”, diz juiz de Goiás ao condenar a 28 anos de prisão homem que matou filho afogado em córrego

15 maio 2025 às 16h17

COMPARTILHAR
Lucas de Oliveira Guerra foi condenado a 28 anos e sete meses de prisão por ter jogado em um córrego e matado afogado o próprio filho, Ayrton Rhavy Morais de Oliveira, de apenas dois anos, e por ter agredido a companheira, Camila Aparecida Sousa Morais. O crime ocorreu entre a noite de 6 de janeiro e a madrugada de 7 de janeiro de 2024, no setor Parque Ibirapuera, em Aparecida de Goiânia.
Ele foi julgado no Fórum de Aparecida de Goiânia e considerado culpado de homicídio qualificado e lesão corporal. Pelo primeiro crime, foi condenado a 28 anos e quatro meses de reclusão; pelo segundo, a mais três meses. Ao Jornal Opção, a defesa informou que irá recorrer da sentença.
O juiz Leonardo Fleury Curado Dias disse, conforme a sentença, que matar o próprio filho, “uma criança totalmente indefesa”, apenas para causar dor à mãe dele – a companheira Camila, com quem tinha discutido -, “revela uma ação vil e repugnante, demonstrando total desprezo pela vida humana”.
Segundo o documento, após uma discussão motivada por ciúmes, Lucas agrediu fisicamente Camila. Temendo a chegada de policiais, correu com o filho para os fundos da casa que moravam, onde havia um córrego. A investigação aponta que ele ameaçou jogar a criança na água caso a polícia fosse acionada. Por isso, o juiz considerou o crime premeditado.
“É pessoa imputável, tinha conhecimento de seus atos, era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato e de determinar-se de acordo com e entendimento”, afirmou o juiz na sentença.
O homicídio foi considerado qualificado, já que Lucas praticou o crime por motivo fútil, por meio cruel e com recurso que impossibilitou a defesa da vítima, e ainda contra pessoa menor de 14 anos. Já a agressão contra a mulher foi considerada em contexto de violência doméstica.
Ayrton foi encontrado boiando horas depois do crime. Em depoimento anterior, Lucas chegou a afirmar que a morte foi acidental, ao tentar atravessar o córrego com uma criança, momento em que teria se desequilibrado e solto o filho. Depois, optou por ficar em silêncio.
Leia também: