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Presidente do Senado afirmou que a operação é um “avanço civilizatório”, mas que precisa fazer “denúncias consistentes”

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse nesta terça-feira (20/9) que a Operação Lava Jato é um “avanço civilizatório”, mas que precisa separar o “joio do trigo” e acabar com o “exibicionismo”.

Ele deu como exemplo a denúncia oferecida semana passada pela força-tarefa do Ministério Público Federal (MPF), responsável pela operação, contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Na oportunidade, o procurador da República Deltan Dallagnol afirmou que Lula era o “comandante máximo do esquema de corrupção identificado na [Operação] Lava Jato”.

“A Lava Jato tem a responsabilidade de separar o joio do trigo e precisa acabar com esse exibicionismo, que vimos agora no episódio do presidente Lula e em outros episódios. Precisa fazer denúncias que sejam consistentes. Porque isso, em vez de dar prestígio ao Ministério Público retira prestígio do Ministério Público e obriga o Congresso Nacional a pensar numa legislação que proteja garantias, que facilite a investigação”, afirmou Renan, que é alvo das investigações da Lava Jato.

Renan Calheiros reiterou que a operação é muito importante para o país. “Nada vai deter a Lava Jato, mas a Lava Jato precisa acabar com esse processo de exposição das pessoas sem culpa formada. É preciso fazer denúncias consistentes e não fazer denúncia por mobilização política. Com isso, o país e as instituições perdem”, concluiu o presidente do Senado.

 

Reforma política

Renan Calheiros negou que soubesse da articulação realizada no Plenário da Câmara na noite de segunda-feira (19) para votação do PL 1210/2007. A proposta modifica a legislação eleitoral, abrindo caminho para uma possível anistia para o crime de caixa 2.

Ele aproveitou para defender uma reforma política que comece pela cláusula de barreira, passe pela proibição da coligação proporcional e defina regras transparentes para o financiamento de campanha.

“Qual é o grande problema no Brasil? Temos mais de 30 partidos no Congresso e nessa eleição mais de 530 mil candidatos disputando. Imagine financiar esse número todo de candidatos com recursos públicos num momento que o país precisa de dinheiro para saúde, educação, segurança.Isso não seria bom”, afirmou.