Remédio para HIV é testado no tratamento de coronavírus, diz infectologista
29 janeiro 2020 às 16h14
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De acordo com cientista do HDT, em Goiânia, ainda não há remédios específicos para a síndrome respiratória. Na Austrália, cientistas já conseguem reproduzir vírus em laboratório
De acordo com a infectologista Christiane Kobal, do Hospital de Doenças Tropicais (HDT), em Goiânia, “não existe protocolo oficial para tratar coronavírus”. Ou seja, ainda não existem medicamentos capazes de combater a síndrome respiratória causada pelo novo vírus, mas os cientistas já fazem testes. “Nós não temos remédio específico para coronavírus. A partir de ontem, a China começou oficialmente a testar um remédio que usamos para HIV para tratar a doença, o Lopinavir”, informou a cientista.
Quando um paciente chega até uma unidade de saúde do SUS, é encaminhado para o HDT, onde é colocado em isolamento e é coletada uma amostra de secreção do nariz ou garganta e essa amostra vai para um laboratório de referência. É assim que se confirma um caso de coronavírus em Goiás. De acordo com a infectologista “laboratórios de referência é onde fazem procedimentos de alta complexidade, para complementação de análise. A análise de amostras enviadas por outros laboratórios, hospitais, clínicas e unidades de saúde de todo o país para confirmação de diagnósticos é uma de suas atividades primordiais”.
Vacinas
Na Austrália, o Instituto Peter Doherty de Infecção e Imunidade conseguiu reproduzir o novo coronavírus em laboratório. Os cientistas australianos têm intenção de compartilhar a amostra com a Organização Mundial da Saúde (OMS). A intenção em recriar esse vírus é ajudar na criação de uma vacina ou remédio e acelerar a identificar o vírus nos pacientes.
Na China, cientistas também recriaram esse mesmo vírus, mas não compartilharam as amostras com a comunidade científica. O novo tipo do coronavírus já infectou mais de 6 mil pessoas em cerca de 20 dias. A maioria dos pacientes estão na China, sendo 1% em outros 15 países.
Na quinta-feira, 30, a OMS se reúne novamente com o Comitê Especialista para decidir se declara emergência em saúde pública de interesse global.