Previsão, no entanto, é que discussão só ganhe força depois da votação da reforma da Previdência

Roberto Balestra (PP), Flávia Morais (PDT) e Delegado Waldir (PR), deputados goianos destacam importância da reforma tributária

A discussão em torno da Reforma Tributária deve ganhar novo fôlego em 2018. Em segundo plano durante o debate acerca da Reforma da Previdência, a readequação do sistema tributário brasileiro deve ganhar prioridade tão logo as mudanças na previdência sejam votadas.

Essa é a aposta do deputado federal Ricardo Balestra (PP). Para o parlamentar, a reestruturação dos tributos deve entrar na pauta em fevereiro, assim que a Reforma da Previdência for liquidada.

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“Eu tenho acreditado nessas propostas do governo porque todas que ele propôs foram aprovadas, então não tenho porque duvidar. Há um entendimento no Congresso de que essa reforma, em específico, é necessária. E o Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR) [relator da proposta] é muito competente”, analisou.

Já para a deputada federal Flávia Morais (PDT), tem faltado empenho por parte da base em promover a mudança que ela considera como prioridade. “A reforma Tributaria é a mais importante de todas. Ela deveria ter sido votada antes da trabalhista, mas não vejo discussão nem interesse por parte da base sobre um assunto que deveria ter sido priorizado”, criticou.

Para a parlamentar, entretanto, o tema só ganhará força com a aprovação da reforma da Previdência, possibilidade esta que o deputado federal Delegado Waldir (PR) avalia ser “difícil de acontecer”.

“Eu penso que o governo não tem condições de aprovar mais nada esse ano. Ele já gastou tudo que ele tinha pra gastar com relação às mudanças e 2018 será um ano difícil. Voltamos do recesso em fevereiro, depois já tem carnaval, copa do mundo e eleições. Muitos parlamentares não estarão presentes e isso dificulta as votações”, pontuou.

Apesar do discurso pessimista, Delegado Waldir compartilha da opinião de que uma reforma no sistema tributário é necessária e defende a mudança nos moldes da que foi implanta pelo presidente Donald Trump nos Estados Unidos.

“Eu já fui auditor fiscal e sei que nós temos uma das maiores cargas tributárias do mundo. Essa reforma é extremamente necessária, mas está indo no caminho contrário do que as pessoas precisam. Deveriam estar sim trabalhando para implantar imposto único, mas com uma redução gradativa da carga tributária”, ponderou.

Trâmite

No Congresso Nacional, uma comissão especial de parlamentares analisa uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que substitui dez impostos por dois. A proposta enfrenta resistência de empresas do setor de serviços. Elas temem que, com a unificação, a carga tributária aumente.

Temer pediu mudanças no texto e um novo projeto deve ser apresentado nos primeiros meses deste ano.