Apoiadores de Paulo Garcia estão dispostos a votar com a prefeitura. Porém, há resistência no que se refere às alterações nos quinquênios dos servidores

Reforma administrativa na Prefeitura de Goiânia: vereadores querem manter incorporações | Foto: Marcello Dantas/Jornal Opção ONline
Prefeitura de Goiânia: vereadores da base querem manter incorporações | Foto: Marcello Dantas/Jornal Opção Online

O vereador Antônio Uchôa (PSL) acredita que o prefeito Paulo Garcia (PT) não terá dificuldades em aprovar o projeto de reforma administrativa. Pelo menos em partes, como o trecho que se refere aos cortes de cargos comissionados. “Nem vai ter discussão quando se tratar disso”, assegurou, em entrevista ao Jornal Opção Online nesta segunda-feira (6/4).

“O prefeito se mostrou aberto para que os vereadores da base indicassem alterações. Mas não se tira direitos adquiridos dos servidores públicos. Ou se amplia ou se estanca”, alerta, ao comentar sobre as intenções do Poder Executivo em reduzir os ganhos nas incorporações e quinquênios nos salários dos servidores.

Apesar de ressaltar que a base está unida para apreciar o projeto, Antônio Uchôa destaca que Paulo Garcia terá dificuldades em gerir a capital se a matéria não for aprovada. “Não vai conseguir continuar administrando do jeito que está”, previu,

A expectativa é que a matéria seja lida em plenário nesta semana.

Antônio Uchôa: "Benefícios adquiridos devem ser mantidos" | Foto: Câmara de Goiânia
Antônio Uchôa: “Benefícios adquiridos devem ser mantidos” | Foto: Câmara de Goiânia

Procrastinar

Na opinião de Antônio Uchôa, há interesse da oposição em aprovar o projeto, mas não agora. A estratégia seria adiar a votação da pauta ao máximo para que Paulo Garcia pouco possa desfrutar dos efeitos.

“Eles têm essa vantagem: se o projeto for aprovado o próximo prefeito vai pegar tudo enxuto. Quem vai usar os benefícios será o próximo administrador. O objetivo é triturar [Paulo Garcia] o máximo que puder. Quanto menos tempo para ele trabalhar com as novas regras, melhor para oposição”, reclama.

Na contramão disso, o presidente da Câmara, Anselmo Pereira (PSDB), informa que se reuniu no final da manhã com representantes do Paço para tentar agilizar o trâmite do projeto. “A reforma tem que acontecer, será importante para Goiânia”, avaliou.

Secretário de Governo, Osmar Magalhães (PT) ressalta que a prefeitura pretende manter diálogo aberto não só com sua base, mas também com a mesa diretora da Câmara. Mas ressalta que, primeiro, é preciso debruçar e ter conhecimento do projeto.

De acordo com o auxiliar de Paulo Garcia, hoje termina o prazo final para que os fóruns sindicais sugiram modificações na reforma. Depois, elas seguem para análise na Comissão de Sistematização, liderada pela Secretaria de Finanças (Sefin), que coordena o projeto.

"Cortes serão bruscos", avalia Wellington Peixoto
“Cortes serão bruscos”, avalia Wellington Peixoto

Já Wellington Peixoto (Pros) diz que, efetivamente, é preciso economizar no campo organizacional. Desde que não sejam retirados benefícios dos trabalhadores. “Vai ser uma redução brusca e a prefeitura não vai pagar a data-base [retroativa]. Se retirar as incorporações… É algo que incentiva o servidor a trabalhar e ter um cargo de confiança”, pontuou.

No início do mês passado, a Câmara manteve o veto do prefeito ao Projeto de Lei 528/14, que diz respeito ao pagamento da data-base retroativa — reposição salarial — de todos os servidores da Prefeitura de Goiânia.