Redução da dívida da Celg é aprovada em definitivo
07 outubro 2015 às 21h11
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Em plenário, Senado deu parecer positivo para a MP 677 com emenda que desdolarizou passivo da estatal com Itaipu
O plenário do Senado Federal aprovou, nesta quarta-feira (7/10), a Medida Provisória 677 que trata de contratos de concessionárias do setor elétrico. Uma das emendas do processo é justamente a que desdolariza a dívida da Celg e garante quase R$ 500 milhões de economia para os goianos.
Apresentada pelo relator, senador Eunício Oliveira (PMDB-CE), e apoiada pelo governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), a medida prevê a conversão de uma dívida da companhia com a usina de Itaipu, hoje cobrada em dólares, para reais.
“É uma dívida em dólar, hoje a variação cambial chega a 48% e juros de mais 12%. Portanto é uma emenda extremamente importante para a saúde econômica da Celg. A empresa precisa dessa negociação, nós estamos trocando uma dívida cara por uma dívida mais barata”, explicou a senadora Lúcia Vânia (PSB) aos colegas em plenário.
Apenas 13 senadores foram contrários a MP 677, o que demonstra o quanto a importância do tema foi reconhecida pelos parlamentares. O senador Blairo Maggi (PR-MT) também defendeu a emenda. “Eu entendo que o meu voto para aprovar a matéria dará ao Estado de Goiás o subsídio de R$ 400 milhões”, afirmou o senador. Agora a matéria segue para a sanção presidencial.
Na contramão, o senador goiano Ronaldo Caiado (DEM) — que encampou uma verdadeira guerra contra a medida — afirmou que a única intenção da medida era fazer “ajeitamento” para a empresa ser vendida.
“Se fosse para fortalecer a Celg, o indexador da dívida da Celg com Itaipu seria convertido de dólar para real a partir de setembro de 2010, quando o governador Marconi Perillo negou empréstimo com a Caixa para sanear a empresa e não a partir de janeiro de 2015 como foi aprovado na MP”, atacou ele.
O atual líder do Democratas lamentou a decisão do Senado. “Se fosse para resgatar a Celg, o passivo da dívida não ficaria nos ombros da população brasileira no caso da venda. O que houve foi apenas um ajeitamento para atender interesses do governo de Goiás e da União. Não existe compromisso com o estado, com a população que vai herdas as dívidas da empresa. O que querem é matar a Celg”, completou.