“Cala a boca, não perguntei nada”, ordenou o presidente à jornalista do jornal O Estado de S. Paulo, enquanto demonstrava irritação em coletiva de imprensa

Bolsonaro | Foto: José Cruz/Agência Brasil

Ao ser questionado por jornalistas, em entrevista coletiva, sobre troca na superintendência da Polícia Federal (PF) no Rio de Janeiro por jornalistas, o presidente da República, Jair Bolsonaro (Sem partido) se alterou e mandou os profissionais calarem a boca por diversas vezes.

O comando da PF no Rio foi trocado nessa segunda-feira, 4, pelo novo nome de Bolsonaro para a direção-geral, Rolando Alexandre de Souza, que substituiu Alexandre Ramagem, após suspensão de sua nomeação pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A contratação do superintendente Carlos Henrique Oliveira para a direção-executiva da PF ocorreu apenas 20 minutos depois de Souza ser empossado o novo chefe.

“O atual superintendente do Rio de Janeiro, que o (ex-ministro Sergio) Moro disse que eu quero trocar por questões familiares… Não tem nenhum parente meu investigado pela PF, nem eu, nem meus filhos. Zero. É uma mentira que a imprensa replica o tempo todo, dizer que meus filhos querem trocar o superintendente”, declarou Bolsonaro.

Ao ser perguntado por um repórter do jornal O Estado de S. Paulo se pediu a troca do superintendente do Rio, o presidente se enfureceu e mandou a profissional se calar. “Cala a boca, não perguntei nada”, ordenou Bolsonaro aos berros. Quando outro jornalista insistiu na pergunta, Bolsonaro continuou. “Não interferi em nada”, falou.

“Não tenho nada contra o superintendente do RJ e não interfiro na PF. Ele está sendo convidado para ser diretor-executivo, o zero dois. É a mesma coisa que eu chegasse, suposição, para o MD e dissesse eu quero que troque o Comandante do Comando Militar do Sul que eu não gosto dele e coloque dele como comandante do Exército. É a mesma coisa”, afirmou o presidente.