Questionado sobre interferência na PF, Bolsonaro se altera e manda jornalistas calarem a boca
05 maio 2020 às 15h59
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“Cala a boca, não perguntei nada”, ordenou o presidente à jornalista do jornal O Estado de S. Paulo, enquanto demonstrava irritação em coletiva de imprensa
Ao ser questionado por jornalistas, em entrevista coletiva, sobre troca na superintendência da Polícia Federal (PF) no Rio de Janeiro por jornalistas, o presidente da República, Jair Bolsonaro (Sem partido) se alterou e mandou os profissionais calarem a boca por diversas vezes.
O comando da PF no Rio foi trocado nessa segunda-feira, 4, pelo novo nome de Bolsonaro para a direção-geral, Rolando Alexandre de Souza, que substituiu Alexandre Ramagem, após suspensão de sua nomeação pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A contratação do superintendente Carlos Henrique Oliveira para a direção-executiva da PF ocorreu apenas 20 minutos depois de Souza ser empossado o novo chefe.
“O atual superintendente do Rio de Janeiro, que o (ex-ministro Sergio) Moro disse que eu quero trocar por questões familiares… Não tem nenhum parente meu investigado pela PF, nem eu, nem meus filhos. Zero. É uma mentira que a imprensa replica o tempo todo, dizer que meus filhos querem trocar o superintendente”, declarou Bolsonaro.
Ao ser perguntado por um repórter do jornal O Estado de S. Paulo se pediu a troca do superintendente do Rio, o presidente se enfureceu e mandou a profissional se calar. “Cala a boca, não perguntei nada”, ordenou Bolsonaro aos berros. Quando outro jornalista insistiu na pergunta, Bolsonaro continuou. “Não interferi em nada”, falou.
“Não tenho nada contra o superintendente do RJ e não interfiro na PF. Ele está sendo convidado para ser diretor-executivo, o zero dois. É a mesma coisa que eu chegasse, suposição, para o MD e dissesse eu quero que troque o Comandante do Comando Militar do Sul que eu não gosto dele e coloque dele como comandante do Exército. É a mesma coisa”, afirmou o presidente.