Quem são os prováveis candidatos ao Senado em 2026
22 novembro 2024 às 10h08
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Passada a euforia (e o desgosto para alguns) do pleito de 2024, movimentações mirando 2026 já começam a ser percebidas nos bastidores da política goiana. Diz-se que só perde eleição quem não disputa. Logo, mesmo aqueles que pleitearam um cargo neste ano e não conseguiram saíram fortalecidos e devem se lançar, novamente, na próxima eleição – tanto para o Executivo quanto para o Legislativo.
Entre os cargos que já são aspirados está o de senador da República, cujo mandato se estende por oito anos. Duas vagas estarão em jogo em 2026 e já têm nomes cotados para disputá-las.
Um deles, o mais provável até o momento, é o de Gracinha Caiado. A primeira-dama do Estado de Goiás já é recebida em eventos com gritos de “minha senadora” e deve ser uma das apostas do governador e sua base para o Senado. No entanto, mesmo contando com o apoio de Caiado para concorrer à vaga, Gracinha deve caminhar com as “próprias pernas” na pré-campanha e possível campanha. A primeira-dama é presidente de honra da Organização das Voluntárias de Goiás (OVG) e coordenadora do Gabinete de Políticas Sociais (GPS), e lidera importantes ações do Goiás Social – criado em maio de 2021 com o objetivo de combater a vulnerabilidade social e promover a inclusão de famílias em situação de pobreza ou extrema pobreza.
Vale destacar que em 2023 a taxa de pobreza (rendimento domiciliar per capita inferior a R$ 210) em Goiás foi de 1,3%, enquanto a média nacional ficou em 4,5%, sendo a segunda menor taxa de pobreza do Brasil, atrás apenas do Rio Grande do Sul. Por óbvio, os números devem alavancar o nome de Gracinha na corrida ao Senado Federal.
Ex-prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha é outro cotado para concorrer ao cargo de senador em 2026. Neste ano, Mendanha apostou todas as suas fichas no projeto de eleição de Leandro Vilela, aposta essa que deu resultado. Vilela foi eleito com ampla margem sobre o Professor Alcides em Aparecida, e Mendanha, claro, foi tido com um dos grandes responsáveis pelo bom desempenho do prefeito eleito.
Entretanto, corre a informação de que o ex-prefeito também é um dos cotados para ser o vice de Daniel Vilela na disputa ao governo do Estado em 2026 (Caiado deve concorrer ao Palácio do Planalto e prepara seu vice para sucedê-lo). Ao Jornal Opção, Mendanha disse ainda não haver nenhum definição sobre o tema. “Vai passar por uma conversa com o governador. Vou seguir o que ele decidir”, afirmou, ao ser perguntado qual será seu papel nas próximas eleições.
Presidente do PP em Goiás, o ex-deputado federal e ex-ministro de Cidades Alexandre Baldy também já é considerado pré-candidato ao Senado. Baldy – que esteve no centro de uma polêmica neste ano após declarar apoio dele e de seu partido a Sandro Mabel para a Prefeitura de Goiânia, mas viu o então dirigente municipal da sigla, Paulo Daher, colocá-la na coligação do candidato Vanderlan Cardoso – já estaria se colocando como pré-candidato ao cargo de senador.
Entre os apoios já angariados está o do deputado federal Adriano do Baldy, atual presidente do PP em Goiânia. À reportagem, Adriano, que elogiou o desempenho de seu partido no pleito deste ano, adiantou que deve concorrer novamente ao cargo de deputado federal em 2026 e que apoia o nome de Alexandre para o Senado. “O PP saiu forte dessas eleições. Elegemos 27 prefeitos e 310 vereadores [em Goiás]”, destacou.
O próprio Vanderlan Cardoso, atual senador e que ficou em quinto lugar na corrida ao Paço Municipal neste ano, deve concorrer à reeleição. O ex-prefeito de Senador Canedo foi eleito ao Senado em 2018, junto com Jorge Kajuru, e também já é tido como pré-candidato. Porém, nos bastidores diz-se que o parlamentar afirma: “Sou pré-candidato ao Senado até 2026”. Ou seja: a prioridade de Vanderlan é concorrer novamente ao Senado. No entanto, o próprio sabe o quão acirrada será a disputa e, a depender da conjuntura futura, não descartaria disputar o cargo de deputado federal.
A direita também deve ter nomes fortes na disputa pelo Senado Federal em 2026. Major Vitor Hugo e Gustavo Gayer são dois dos cotados para estarem na corrida. Ex-deputado federal e líder de Bolsonaro na Câmara, Vitor Hugo foi o candidato à Câmara Municipal de Goiânia mais votado destas eleições, com 15.678 votos, e deve usar seu capital político e ideológico (sabe-se que Goiás é um estado com forte apelo dito conservador) para tentar conseguir uma vaga no Congresso.
Gayer, atual deputado federal, também deve usar seu capital político como trampolim em 2026. Ele foi o segundo mais votado no pleito concorrido em 2022 – o parlamentar teve 200.586 votos e ficou atrás apenas da jornalista Silvye Alves, que teve 254.653. Neste ano, Gustavo Gayer chegou a se colocar como pré-candidato a prefeito de Goiânia, mas foi substituído aos “45 do segundo tempo” por Fred Rodrigues, que foi para o segundo turno, mas foi derrotado por Sandro Mabel. Com retórica forte e popularidade em alta no eleitorado direitista, se não disputar o Senado, Gayer com certeza tentará a reeleição à Câmara.
Já no espectro da centro-direita, o ex-governador Marconi Perillo também deve concorrer, mais uma vez, ao cargo de senador. Atual presidente nacional do PSDB, Marconi será um dos nomes com mais “dever de casa” a fazer em 2026 se quiser se viabilizar para a disputa. A presença do tucano no pleito de 2024 foi vista como inexpressiva, com pouco impacto no cenário local.
Matheus Ribeiro, candidato do PSDB que disputou a Prefeitura de Goiânia, ficou em quarto lugar na disputa (à frente de Vanderlan Cardoso), e seu partido conseguiu aumentar de um para dois membros da bancada na Câmara.
Porém, os bons resultados podem ser atribuídos mais ao carisma de Ribeiro e da vereadora Aava Santiago do à “marca Marconi”, que em outros tempos elegia nomes com facilidade.
No campo da esquerda, a lista de opções viáveis para disputa ao Senado em 2026 encolhe de forma considerável. Não é improvável que o PT lance sua maior estrela em Goiás, a deputada federal Adriana Accorsi. A delegada licenciada disputou o Paço Municipal neste ano, começando a pré-campanha liderando em todos os cenários. Contudo, perdeu força ao longo do caminho e acabou em terceiro lugar – e fora do segundo turno (situação que pegou a muitos de surpresa).
Mesmo assim, Adriana conta com expressivo capital eleitoral (a petista teve quase 169 mil votos no primeiro turno, pouco mais de 20 mil votos a menos que Sandro Mabel) e tem musculatura suficiente para disputar um cargo como o de senadora.
Fechando a lista de cotados, o deputado federal Zacharias Calil também pode concorrer a uma das duas vagas em 2026. Calil teve mais de 151 mil votos em 2018 e ganhou projeção na Câmara dos Deputados em pautas ligadas à saúde pública (o deputado é cirurgião-pediátrico) e também à ala ideológica.
Outro cotado é Jorge Kajuru. Atualmente no Senado, é natural que o radialista tente a reeleição para permanecer na Casa por mais 8 anos. Kajuru teve 1.557.415 votos em 2018 e, de lá para cá, buscou se projetar politicamente de modo (também) a se viabilizar para a reeleição. O senador é um dos vice-líderes de Lula no Senado e faz uma boa ponte entre o Estado e o governo federal – situação que ele deve usar como “propulsor” em 2026.
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