Queda em casos de dengue em Goiás pode ser subnotificação
20 abril 2020 às 09h53
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Ministério da Saúde já havia anunciado em janeiro que Goiás não teria surto de dengue. Zoonoses em Goiânia acredita em possibilidade de subnotificação, já que infectados não estariam indo aos postos de saúde por causa de novo coronavírus
De acordo com o mapa epidemiológico disponível pela Secretaria Estadual de Saúde (SES-GO), entre a primeira e a 15ª semana deste ano, foram notificados 36.669 casos de dengue em Goiás. O número corresponde a uma queda de 43% em relação ao mesmo período ano passado, quando foram notificados 64.077 casos. Em 2019, a dengue estava 23% acima do mesmo período de 2018.
Em janeiro deste ano, o Ministério da Saúde (MS) havia divulgado um estudo em que dizia que o Estado não estaria entre os 11 com risco de surto da dengue em todo Brasil neste ano, porque uma vez que a pessoa é acometida com um dos sorotipos da dengue, ela não poderia ser novamente infectada pelo mesmo vírus.
Em 2019, Goiás foi um dos mais afetados, ao lado de Minas Gerais e São Paulo, pelo tipo 2 da dengue. Até novembro de 2019, foram mais de 141 mil casos e mais de 60 mortes pela doença transmitida pelo mosquito Aedes Aegypti. Além da dengue, chikungunya e zika tiveram um aumento de 248% nos registros.
Em Goiânia, foram notificados 21 casos de dengue desde o início do ano. Uma queda de 98% em relação ao mesmo período de 2019, quando os casos notificados chegavam a 876. Comparado a 2018, havia na época um aumento de 1.248% nos casos de dengue na capital.
Segundo Wellington Tristão da Rocha, biólogo e gerente da Gerência de Controle de Animais Sinantrópicos da Diretoria de Vigilância em Zoonoses, os números estão baixos, mas a pasta considera que provavelmente muitas pessoas não estão procurando assistência médica por medo de serem infectadas pela Covid-19. Mesmo assim, não se descarta a possibilidade de os números terem realmente reduzido devido às ações realizadas em combate ao mosquito transmissor.
“Nós não paramos com o trabalho de controle do Aedes aegypti, bloqueio de casos notificados, visitas e ponto estratégico, abertura de imóveis abandonados”, disse Wellington. Além disso, ele acredita que o período mais favorável às contaminações já está quase no fim. “Estamos caminhando para o inverno, onde os casos tendem a diminuir e o q tudo indica não haverá aumento significativo dos casos”, informou.