Queda de aliado interfere em projeto político de Rogério Cruz?
Giovanna Campos
05 junho 2024 às 18h13
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A casa caiu no Paço Municipal de Goiânia na manhã desta quarta-feira, 5. Em quatro meses, a Prefeitura de Goiânia foi alvo de duas operações da Polícia Civil de Goiás que investigam um possível esquema de fraude em licitações e contratos. O ex-titular da Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana (Seinfra), Denes Pereira, conseguiu escapar ileso da última operação, mas desta acabou “pedindo para sair”. Um dos maiores aliados políticos de Rogério Cruz (Solidariedade), Denes Pereira Alves, é presidente da legenda em Goiás e recebeu o Prefeito no Solidariedade. A questão que fica é: após exonerado, Denes continuará bancando a reeleição de Rogério Cruz?
O instituto de pesquisas do Jornal Opção avaliou a intenção de voto dos pré-candidatos a prefeito de Goiânia nas próximas eleições de 2024 e Rogério Cruz aparece em 5°, com 5,7% das intenções de voto. Atual proprietário da máquina pública, possui vantagens em relação aos outros candidatos mas tem que lidar com “outras e outras questões”, como disse o prefeito durante coletiva de imprensa nesta manhã. “Gostaríamos de pedir à imprensa que entenda o momento, que estamos trabalhando porque temos que resolver outras e outras questões.
E, realmente, são muitas e muitas questões. Além do secretário da Seinfra, outros colaboradores foram investigados: ex-secretário de administração e ex-superintendente de obras e infraestrutura da Seinfra, além de um pregoeiro da Secretaria Municipal de Administração (Semad). De acordo com a Polícia de Goiás, foram mais de R$ 22 milhões destinados para o grupo empresarial investigado. Lembrando que em março o ex-presidente da Comurg, Alisson Borges, pediu exoneração do cargo após agentes cumprirem mandados de busca e apreensão em sua casa e encontraram quase meio milhão em espécie e outros pertences, como cartões de crédito e relógios de luxo.
Na mesma operação, outra carta tirada do baralho foi Luan Alves, ex-presidente da Amma (Agência Municipal do Meio Ambiente) que pediu exoneração após também ser alvo de operação da Polícia e ainda afirmou que seguia “almejando outros projetos para nossa cidade”, como disse em pronunciamento na época. Ao lado de Rogério Cruz, ele aparece em um vídeo anunciando suas intenções em disputar um mandato para vereador nas eleições de 2024.
Mas por falar em Câmara Municipal, onde estão os vereadores de Goiânia? “De consternação a resignação” foi como o Jornal Opção descreveu as reações dos vereadores do Solidariedade após a operação de hoje. Em nota enviada nesta manhã, a Prefeitura de Goiânia informou que “colabora integralmente com a Polícia Civil e aguarda os desdobramentos das investigações da operação”. É bom lembrar, no entanto, que o papel de investigação não cabe só às forças de segurança. Os vereadores também têm o poder e o dever de fiscalizar a administração, cuidando da aplicação dos recursos e observando o orçamento.
Outra questão que fica é: até onde vai a fidelidade e a lealdade de um político em período eleitoral?
