Quantidade de celulares pode chegar ao número de habitantes da Terra em 2014
05 maio 2014 às 14h48
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Enquanto isso, acesso à internet ainda é menor em países em desenvolvimento, o que evidencia a desigualdade tecnológica em comparação com as nações ricas
De artigo de luxo em meados da década de 1990 a acessório corriqueiro na primeira década do século 21, o celular pode chegar ao número de habitantes da Terra até o final deste ano, ou seja, aproximadamente 7 bilhões de aparelhos (o equivalente a 96% do total de habitantes). Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (5/5) pela União Internacional de Telecomunicações (UIT), que também divulgou que o acesso à internet, embora também esteja em franca tendência de crescimento, segue evidenciando a profunda desigualdade entre as nações mais ricas e os países emergentes. Já para o segmento de celulares a disparidade econômica é menor.
De acordo com a União Internacional de Telecomunicações, o setor de celulares chegará a 90% dos mercados emergentes ante a média de 120% das nações mais ricas, sendo que a expansão, nos últimos dez anos, foi de cerca de dez vezes. A situação só é encarada como mais delicada na África, em que 30% da população ainda não teve acesso a aparelhos celulares.
Nem tudo são flores. Os dados apontam que o segmento das telecomunicações está prestes a enfrentar saturação e a perspectiva de crescimento para 2014 é a menor em anos (expansão na ordem de 2,6%). Haverá crescimento real somente nas economias em desenvolvimento, que devem vender cerca de 75% a mais de aparelhos neste ano.
Na contramão deste ritmo, é cada vez menor o porcentual de venda de linhas telefônicas fixas. Conforme União Internacional de Telecomunicações, entre 2009 e 2013, o mundo deixou de ter 100 milhões de telefones fixos.
Internet
Atualmente existem 2,3 bilhões de usuários de internet, equivalente a 32% da população mundial, porcentual duas vezes maior que os dados levantados há três anos pela UIT. Neste cenário, o Brasil apresenta atraso tecnológico de uma década em comparação às taxas de penetração de países ricos. Dentre os exemplos listados pela UIT está o de que em 2000 51% dos habitantes da América do Norte tinham internet; sendo que os Estados Unidos e a Suíça na entrada do século 21 já garantiam acesso à internet a 50% de seus habitantes.