Confiante de que o pedido do processo de impeachment será aprovado por “pouco mais de 342 votos” na Câmara, relator Jovair Arantes (PTB) diz que impedimento é necessário

Deputado federal Jovair Arantes (PTB-GO) durante as mais de duas horas de leitura do relatório favorável à abertura do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff (PT) na terça (5/4) - Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados
Deputado federal Jovair Arantes (PTB-GO) durante as mais de cinco horas de leitura do relatório favorável ao impeachment, na terça (5/4) | Foto: Zeca Ribeiro/ Câmara dos Deputados

“Quando você tem um paciente, primeiro você cuida das vias aéreas para ele continuar sobrevivendo, para depois, num momento oportuno, cuidas das outras fraturas.” A frase, dita ao Jornal Opção neste domingo (10/4) pelo deputado federal goiano Jovair Arantes, compara o governo federal com um enfermo em situação gravíssima que precisa um tratamento urgente para continuar vivo, que deve começar com a retirada da presidente Dilma Rousseff (PT) do cargo para depois resolver outros problemas que já foram constatados.

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A análise do relator do pedido de abertura do processo de impeachment na Comissão Especial formada para analisar o caso na Câmara dos Deputados se refere a um possível impeachment, caso ele seja pedido pela Casa e enviado ao Senado para julgar sua procedência ou não. Para que isso aconteça, é necessário que no mínimo 342 dos 513 deputados federais, dois terços dos parlamentares, votem a favor do impeachment no plenário em duas votações.

“Estou confiante de que tenhamos votação favorável amanhã na Comissão Especial do Impeachment pela abertura do processo. Se qualquer deputado analisar a situação e os crimes de responsabilidade cometidos verá que o certo é votar a favor do impeachment.” Jovair disse acreditar que no plenário, caso seu relatório seja aprovado pela comissão, o pedido terá mais do que 342 votos para que a análise do impedimento da presidente Dima Rousseff (PT) seja aberto e encaminhado ao Senado.

Para ele, a justificativa do governo de que recebeu 54,5 milhões de votos no segundo turno das eleições de 2014, e que essa votação legitima a manutenção da presidente no cargo não credencia o atual governo a “fazer mal para o País”. “Eu apoiei esse governo da presidente Dilma, mas chegou um ponto que ficou impossível continuar. Eles querem fazer as coisas só do jeito deles”, justificou Jovair sua posição em apresentar um relatório favorável à abertura do processo de impeachment contra Dilma.

Sobre as críticas recebidas do governo federal e de sua base de sustentação na Câmara dos Deputados, o goiano afirmou que a preocupação dos defensores de Dilma ficou maior porque o voto apresentado na Comissão Especial do Impeachment é fruto de um trabalho “absolutamente consistente do ponto de vista jurídico, técnico e político”.

“Com isso, eu e a equipe que trabalhou na elaboração do relatório conseguimos barrar qualquer possibilidade que o governo teria de tentar descredibilizar o teor do relatório”, afirmou Jovair. Para o deputado, o País não pode mais continuar a aceitar “essa lambança”, com “comprovados crimes de responsabilidade cometidos”.